Continua investigação sobre o Mossack-Fonseca no Panamá

14 de Abril de 2016 11:17am
editor
Continua investigação sobre o Mossack-Fonseca no Panamá

Na manhã de hoje permaneciam fiscais e forças policiais nos escritórios centrais da panamenha de advogados Mossack-Fonseca, depois de 20 horas de investigações no edifício em procura de provas de atividades ilícitas.

O escritório de advocácia encontra-se no centro de uma tormenta mundial de denúncias iniciada pelo diário alemão Süddeutsche Zeitung e o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, por suas siglas em inglês), com sérias acusações sobre a participação da entidade legal em lavagem de dinheiro sujo.

Uma nota nos meios de imprensa ontem à noite pela Procuradoria, informou sobre a "investigação, inspeção ocular e registro que prática a Promotoria Segunda Contra o Crime Organizado na sede do escritório forense Mossack Fonseca e demais filiais do grupo" e simultaneamente trabalham no Data Center Internacional da empresa telefônica que brinda suporte informático.

Segundo versões de imprensa, ao início das pesquisas, empregados do local foram escoltados até outro edifício adjacente, porque estavam atrapalhando o processo e não colaboraram com o promotor Javier Caraballo, que se encontra à frente da investigação.

Na segunda-feira produziu-se outra visita de autoridades judiciais ao edifício, mas nessa ocasião exploraram os servidores do escritório de advogados, a partir da denúncia apresentada pela mesma sobre o "hackeo" a seu banco de dados onde se extraíram 11,5 milhões de documentos que alimentam atualmente os chamados Panama Papers.

O engenheiro informático Carlos Alvarado, em declarações a jornalistas, descartou a possibilidade de "hackeo" ao banco de dados de rede panamenha, porque tecnicamente é difícil mover tal volume de informação por Internet e propôs a hipótese de colaboração interna mediante extração parcial de informação.

O diretor do ICIJ, Ryle Gerard, revelou em CNN que o governo de Alemanha lhe comprou a informação à pessoa que "filtrou" os documentos do despacho de Mossack Fonseca, e posteriormente os entregou ao Zeitung.

Um dos donos fundadores, Ramón Fonseca, recusou qualquer participação nas possíveis ações fraudulentas ou de delitos cometidos por alguma das empresas offshore criadas por eles, e de fato tomaram distância no desenvolvimento das mesmas após fundadas as estruturas.

Ante a afirmação da publicação britânica BBC Mundo de que "ditos documentos mostram como Mossack Fonseca tem ajudado a clientes a lavar dinheiro, esquivar sanções e evadir impostos", Fonseca respondeu:

"Isso é totalmente falso, isso demonstra uma ignorância do jornalista das atividades, porque ele está dizendo que por ter formado a sociedade, que foi usada para esses fins, somos responsáveis, o qual é totalmente injusto, incorreto, e até ilegal o dizer".

"Penso que a filtragem vai converter provavelmente no golpe maior que o mundo da banca extraterritorial jamais tenha recebido, devido ao alcance dos documentos", afirmou Ryle, segundo a publicação londrina.

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