Brasil confia no turismo nacional para recuperação do setor

12 de Outubro de 2020 1:55pm
Redação Caribbean News Digital Portugues
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O setor turístico brasileiro confia na demanda interna para poder ser recuperado do forte impacto que causou a pandêmia da Clovid-19, e calcula que não será "até dentro de dois ou três anos" que atinga reverter o prejuízo, segundo explicaram fontes do setor a Xinhua.

"A COVID-19 foi brutal para a economia, mas devastadora para o turismo. Os hoteleiros não temos estoque, somos diferentes da indústria ou o agronegocio, a cada reserva perdida é um prejuízo total", afirmou a vice-presidenta da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), Érica Campos.

Pese às medidas de flexibilização adotadas no país, o setor turístico brasileiro descarta uma recuperação liderada pelo turismo estrangeiro, e aposta por uma recuperação através do turismo local.

"A hotelería está preparada para receber aos turistas, desde o check in ao check out, desde a chegada à saída, mas sabemos que a retomada será lenta e gradual. Primeiro teremos o turismo regional, de proximidade, de uns 300 quilômetros de distância. Isto é o que planejamos agora", agregou Campos.

Segundo ela, "o turismo doméstico será a força da retoma, que será lenta porque Brasil é um país muito extenso, temos a Amazonía, o Pantanal, as praias do nordeste, o sudeste com Rio de Janeiro e Sao Paulo (...) hoje temos uma boa ocupação os finais de semana e as pontes, mas a hotelaria não vive de finais de semana nem feriados, nosso ponto de equilíbrio é com uma ocupação de ao redor do 50 por cento, e atualmente a temos um 20 por cento".

Para final de ano, coincidindo com o verão austral, o setor turístico tem melhores previsões. "Temos umas expectativas melhores para final de ano, com os protocolos para receber turistas. O problema é que muitos destinos têm as festas canceladas, pelo que esperamos que prefeituras e governos regionais possam dar mais segurança para fazer eventos para nossos visitantes".

Como forma para incentivar o turismo, Rio de Janeiro, principal destino turístico de Brasil, criou a campanha "Mais Rio por menos", na que durante duas semanas, a partir da próxima sexta-feira, oferecerá uma série de descontos em atrações turísticas, transportes e comércios para os visitantes nacionais.

"Levamos seis meses com um movimento quase zero. Os hotéis em todo o país deixaram de faturar uns 180 mil milhões de reais (uns 32 mil e 700 milhões de dólares) no Brasil, e demitiram cerca de 440 mi empregados. O palco começa a melhorar agora com o aparecimento dos primeiros turistas nacionais", disse o presidente regional da Abih em Rio de Janeiro, Alfredo Lopes, a Xinhua.

Para Lopes, a campanha deve ser um ponto de partida para recuperar o setor turístico na cidade mais famosa do país.

"Achamos que com este movimento, estando já no segundo semestre, vem o verão (...) apesar das restrições, confiamos em recuperar o 50 por cento de ocupação, o que não significa recuperar o prejuízo que tivemos. Os hotéis não trabalham com estoque, são como os aviões, que se voam com cadeiras vazias não o recuperam (...) calculamos que demoraremos entre 2 e 3 anos para recuperar o prejuízo causado pela COVID-19", agregou.

A campanha "Mais Rio por menos" está dirigida principalmente aos turistas dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espirito Santo, precisamente os que limitam com o estado de Rio de Janeiro.

"Estamos mais que preparados para iniciar a retoma do setor turístico. Em janeiro já sabíamos o que estava a suceder em outros países e começamos a implantar protocolos de segurança e prevenção. Temos todos os trabalhadores usando máscara, atendendo e cuidando, fazendo o que há que fazer para que os hóspedes tenham uma grande experiência", agregou Lopes. (Tomado de Xinhua)

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