O 2020 começou tão ou mais desafiador que 2019 para a aviação global

17 de Fevereiro de 2020 2:54pm
Redação Caribbean News Digital Portugues
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O ano de 2019 ficou marcado na história da aviação pelo número de falências. Pelo menos 22 companhias aéreas deixaram de operar no mundo todo, um recorde. E o Brasil não ficou de fora dessa triste estatística, com o traumático fim das operações da Avianca Brasil e da francesa Aigle Azur, que prejudicaram milhares de passageiros no país.

Companhias aéreas que faliram ou deixaram de operar em 2019

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Elaboração: Melhores Destinos. Fonte: IATA e Samchui

O que o setor aéreo pode esperar de 2020?

O ano de 2020 começou tão ou mais desafiador que 2019 para a aviação global. Logo nos primeiros dias de janeiro eclodiu o conflito dos Estados Unidos com o Irã, que fez o preço do petróleo e, consequentemente, do combustível de aviação disparar. Em seguida, foi a vez do Coronavírus, que está provocando o cancelamento de voos para a China por várias semanas seguidas e pode levar milhões de pessoas a reverem seus planos de viagem, com receio de uma epidemia.

Os problemas do Boeing 737 MAX também estão dando uma enorme dor de cabeça para várias empresas no mundo inteiro. Para completar, o crescimento da economia mundial pode ser negativamente impactado por esses e outros eventos, o que atinge ainda mais o setor aéreo.

O preço do combustível de aviação foi o maior vilão do setor aéreo nos últimos dois anos. Ele representa cerca de 1/4 dos custos totais das empresas. Além disso, com o aumento da competição, as companhias aéreas trabalham com margens cada vez mais apertadas, e nem sempre conseguem repassar todo o aumento de custo para o preço das passagens.

Não demorou para aparecer as primeiras baixas de 2020: a empresa italiana Air Italy e a turca AtlasGlobal suspenderam suas operações recentemente. Além disso, em crise, a South African anunciou na última semana o fim dos voos para o Brasil, após 50 anos da rota entre São Paulo e Joanesburgo.

Aviação no Brasil

No Brasil, a economia ainda não deu sinais claros que vai voltar a crescer significativamente. E, nas últimas semanas, houve um forte aumento na cotação das moedas estrangeiras, o que impacta as companhias aéreas nacionais, que têm os custos de aeronaves e do próprio combustível de aviação cotados em dólar. Ainda assim, as companhias aéreas nacionais estão otimistas e seguem investindo no país.

A Azul, por exemplo, espera atingir a marca de 30 milhões de passageiro em 2020 e lançar de 6 a 8 novos destinos no ano. A empresa já começou a vender voos para Nova York, rota que começa a ser operada a partir de 15 de junho.

A GOL vem conseguindo driblar os problemas do Boeing 737 MAX, adequando sua malha e alugando aeronaves de outras companhias aéreas. Com alta ocupação nos voos, a empresa têm reduzido seu endividamento e deve retomar, nos próximos meses, o controle da Smiles.

Já a Latam está super empolgada com sua nova parceria com a Delta, depois de vender 20% de suas ações para o grupo norte-americano por mais de R$ 8 bilhões. A companhia segue ampliando sua participação no mercado doméstico brasileiro, desde a saída da Avianca.

Além disso, novas companhias aéreas continuam sendo criadas. É o caso da Breeze Airways, do brasileiro David Neeleman, mesmo fundador da Azul e da JetBlue, que deve começar a voar nos Estados Unidos no fim do ano, já em larga escala, utilizando aviões Embraer que hoje são utilizados pela Azul. Isso faz parte do processo de amadurecimento de qualquer setor, ainda mais numa indústria tão competitiva como a da aviação.

Fonte: Melhores Destinos

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