A nova situação dos cruzeiros em Cuba

20 de Junho de 2019 2:34pm
Redação Caribbean News Digital Portugues
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Por: Betty Hernández

As últimas medidas da administração de Donald Trump contra o turismo cubano interromperam o fluxo de cruzeiros nos portos da ilha. Neste momento, quando diversos meios colocam a muleta que é mais “complicado e confuso” viajar ao país caribenho para os norte-americanos, o experto cubano José Luis Perelló considera que o panorama atual é um impasse para uma recuperação.

Em Exclusiva com o Grupo Excelências, Perelló, professor da Faculdade de Turismo da Universidade de Havana e membro da Cátedra de Estudos do Caribe falou sobre o estado atual de dita indústria na ilha, os reptos que vêm e suas perspectivas de crescimento.

“O impacto imediato a partir do fechamento de maio será de aproximadamente 600 mil visitantes menos para os cruzeiros, tendo em conta que no mês de maio fechou com um crescimento de dois por cento dos viajantes nesta modalidade em relação a igual período do ano anterior, portanto estamos falando de um acumulado de visitantes a bordo de cruzeiros de 409 mil”, disse.

“O acumulado de norte-americanos que viajaram a Cuba até maio do 2019 são 335 mil 350, sem contar os cubano-americanos”, agregou.

O académico cubano sublinhou que conquanto se limitaram as principais vias permitidas de viagens a Cuba, até este momento não se limitam as viagens familiares.

“Isso quer dizer que pudéssemos estar falando de um onze por cento na chegada de visitantes para o fechamento do 2019 a partir desta proibição”, agregou.

“Isso é um impacto forte nas projeções do turismo cubano. Minha opinião é que o que temos que fixar em todo momento não são números absolutos, de dizer que vamos chegar a cinco milhões ou a cinco milhões e 100 mil, mas propor por centos de crescimento conformes à região na qual está inserida Cuba”.

O CENÁRIO DO CARIBE

Cuba compartilha o cenário do Caribe insular e este espaço também sofreu a queda dos mercados emissores de turistas, sobretudo do europeu. Não é somente Cuba a que decresce no caso da chegada de viajantes do velho continente, observou Perelló.

Acrescentou que “com um crescimento como o que está prognosticado para o Caribe (entre dois e três por cento de crescimento com a chegada de visitantes), nosso país pode contar com uma estratégia comercial que permita seguir a tendência no ano 2019”.

ESTRATÉGIA POLÍTICA NORTE-AMERICANA

Segundo a opinião do professor Perelló, todos os impactos da administração republicana atual estão dirigidos a entorpecer o turismo cubano, precisamente porque o governo o declarou como um setor estratégico e aí é a onde vão as medidas.

Esse cenário terá que ser reconsiderado para o período 2020-2021 ao fazer novas previsões, advertiu.

 “Esse processo que eu chamaria de impasse no desenvolvimento turístico permitirá que Cuba prepare ainda mais o destino turístico antes de uma possível chegada dos norte- americanos, ou seja, aproveitar esse freio causado pelos próprios Estados Unidos para continuar com os mesmos planos de desenvolvimento ", acrescentou.

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