O esforços de Millennium bcp e a EY juntaran-se em economia portuguesa

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O Millenium bcp e a EY juntaram esforços no sentido de desenvolver um scoreboard que identifica e ordena setores económicos em função de quatro dimensões representativas da sua competitividade (desempenho setorial recente, relevância setorial atual, qualificação produtiva e económica e solidez financeira), criando uma ferramenta essencial de autoavaliação do posicionamento das empresas, de mitigação de ameaças e de identificação de oportunidades de negócio.

O Scoreboard Millenium bcp - EY encontra-se assente no Índice de Competitividade Setorial (ICS). “A criação desta ferramenta estratégica baseou-se na valorização do potencial competitivo dos setores, combinando a qualificação produtiva e a solidez financeira enquanto mecanismos potenciadores da produtividade, e na combinação entre dimensão e evolução para determinar um ranking global equilibrado da competitividade setorial”, refere Hermano Rodrigues, Principal da EY-Parthenon, que coordenou esta iniciativa em termos executivos.

As atividades económicas que apresentam o score mais elevado nesta primeira edição do Scoreboard Millennium bcp - EY da Competitividade Setorial em Portugal pertencem ao setor da energia, em particular a eletricidade e os combustíveis. Contudo, destacam-se também as atividades promotoras da digitalização da economia (tecnologias da informação e comunicação), as atividades ligadas ao turismo (hotelaria, alojamento de curta duração) e as atividades ligadas ao imobiliário (construção, comercialização de imóveis, arrendamento imobiliário).

Em termos mais gerais, os resultados obtidos podem ser sumarizados em três pontos-chave. Em primeiro lugar, constata-se uma profunda mutação da competitividade setorial em Portugal, com as atividades mais revelantes a apresentarem um desempenho recente claramente diminuído e as atividades com um desempenho recente mais forte a demonstrarem, ainda, uma reduzida relevância. Verifica-se, assim, uma importante turbulência competitiva na economia portuguesa com impacto na sua especialização setorial, decorrente de impulsos conjunturais (e.g. expansão do turismo e do imobiliário), e de transformações estruturais (e.g. respostas à digitalização e ao envelhecimento da população).

Por outro lado, observa-se uma intensificação clara dos processos de desindustrialização e de terciarização da economia portuguesa. Contudo, os processos mais globais de desindustrialização e terciarização não se apresentam, internamente, de forma homogénea, comportando, ao contrário, fortes disparidades. “A indústria não deixa de se renovar pela internacionalização e pela digitalização muito para além do novo pólo da aeronáutica. Tal como os serviços às pessoas e às empresas vão comportando eixos de regressão e emergência em função das novas formas de organização das cidades e da vida urbana, da expansão de processos de governo digital e de novas necessidades de saúde e educação, nomeadamente”, acrescenta Augusto Mateus, Strategic Consultant da EY, que assegurou a supervisão científica da preparação do scoreboard.

Finalmente, os resultados do scoreboard apontam para a necessidade e a relevância da adoção de estratégias empresariais e de políticas públicas conducentes à promoção e consolidação da competitividade para enfrentar os riscos e desafios das transformações em curso. O potencial competitivo, aferido pela qualificação, dos setores com melhor desempenho recente tende a ser inferior ao dos setores ainda mais relevantes, mas em retrocesso no ranking global. Neste sentido, estes desequilíbrios exigem a construção de respostas atempadas (em particular em matéria de planeamento e gestão dos relativos aos fundos europeus estruturais e de investimento) para “casar” as dinâmicas de investimento com os fatores de competitividade mais sólidos, as dinâmicas de inovação e os novos desafios que a sociedade enfrenta (e.g. alterações climáticas, digitalização, envelhecimento).

O ICS revela que não existem setores modelo em Portugal em todas as dimensões, mas evidencia de forma clara a emergência e robustecimento de alguns sectores de aposta para o futuro, que oferecem maiores garantias em matéria de criação de valor económico e social.

Nas próximas edições o Scoreboard terá como objetivo a monotorização da evolução da performance e competitividade das atividades já avaliadas nesta primeira edição.

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