Chile: reduz-se conectividade aérea com a perda de rotas

20 de Julho de 2020 6:17pm
Redação Caribbean News Digital Portugues
Chile

Como consequência direta da crise econômica que impõe a paralisação do transporte aéreo pelas restrições unilaterais colocadas pelos Governos e a drástica queda da demanda, as linhas aéreas no mundo todo vêem pela primeira vez uma ameaça iminente a sua continuidade.

Mais que um impacto financeiro para as empresas, a saída de mercado de operadores representa a perda de milhões de empregos em todo mundo e a redução da conectividade.

No caso próprio de Chile, se estima que este 2020 o país possa voltar ao que existia na década de 1990, no que a enlaces aéreos refere-se.

A data de hoje, LATAM, SKY ou JetSMART visualizam que nas condições atuais recém poderão retomar ao menos o 50% de toda sua oferta, isto é vôos dentro como fora de Chile. Portanto, o impacto local é ainda mais significativo. Outras linhas aéreas como Air France e KLM assinalam que não dantes de dois anos poderão recuperar sua oferta normal de vôos diários para Europa.

A isto se agrega a saída de operadores como uma realidade a cada vez mais presente à medida que se estende a crise e a recuperação se vê condicionada.

A data de hoje, Chile já registra a saída de cinco operadores aéreos de seu mercado, incluindo um a nível doméstico. Como consequência das medidas de ajuste das companhias aéreas, Avianca Peru, LATAM Argentina, Emirates e ONE Airlines, são as primeiras que deixam de operar em o país. Conquanto também pode ser incluído a Alitalia, sua situação não guarda relação com a crise da COVID-19, senão pelos problemas internos pelos que atravessa.

A saída de operadores tem um impacto direto em dois âmbitos: por um lado na conetividade pela perda de rotas, e em capacidade oferecida pela redução do número de assentos (ASK). Em alguns casos, a redução por ASK, pese a impactar em conetividade pelas menores alternativas de viagem, não está associado com a perda de rotas. Uma companhia aérea pode seguir operando uma rota, mas com menos freqüências ou com um material de vôo diferente com menor quantidade de assentos. Todos estes fatores estão presentes em Chile como em outros mercados.

A data de hoje, o mercado chileno registra a perda temporária ou permanente de 21 rotas domésticas e internacionais. Desse total, 17 correspondem a LATAM quando o 24 de junho informa a suspensão de 23 trechos domésticos e internacionais desde Chile, dois de GOL, um a Emirates e um a Alitalia.

Conquanto algumas rotas podem estar canceladas pela saída de um operador espera-se que seu espaço seja compensado por outra companhia. Isso ocorre com o trecho Santiago – Mendoza que LATAM o tem suspendido até novo aviso, mas que SKY o tem previsto retomar ou as operações de ONE Airlines que são assumidas pelo resto das linhas aéreas. Não obstante, começam-se a ver perdas importantes como a eliminação da conectividade como o trecho Santiago – Rio de Janeiro (GIG) e Santiago – Quito.

A redução em conetividade impacta em Santiago e especialmente em regiões, as que em o último tempo tinham visto uma melhoria significativa de sua oferta aérea como conseqüência da expansão das linhas aéreas através de suas hubs ou por vôos ponto a ponto. Desde regiões, perdem-se os vôos Lima – Calama, Ilha de Pascua – Papeete e Iquique – Salta.

Conquanto os #ajuste realizados pelas respectivas companhias ante a falta de liquidez é o principal fator que explica a redução e/ou perda de conectividade em Chile, também estão presentes variáveis como a extensão das restrições governamentais para as viagens internacionais que com a imposição de cuarentenas e proibições de rendimentos criam barreiras para a recuperação do transporte aéreo, e a falta de ajudas transversais de parte dos Governos, especialmente em o caso chileno, cujas linhas aéreas nacionais não têm visto uma resposta efetiva de parte do Estado.

Em curto prazo ou médio prazo, espera-se que a conectividade aérea de Chile se concentre desde Santiago com as grandes capitais ou cidades do estrangeiro, tal como se vinha dando até faz uns cinco anos. As rotas secundárias dentro de América do Sul, sem dúvida, são as mais afetadas considerando a perda de vários enlaces aéreos com o interior de Argentina e Brasil, mas também cobra relevância o retrocesso em enlaces internacionais de longa distância. Assim, destaca a perda da conectividade direta com Dubái, os vôos sem escalas com Melbourne ou a demora da recuperação do enlace com Sydney.

O aparecimento de novos atores representados por companhias aéreas de baixo custo (LCC/ULCC, por suas siglas em inglês) respaldadas por grandes conglomerados como é o caso de Indigo Partners, por exemplo, ou o desenvolvimento dos hubs em a região (como Lima ou Sao Paulo) podem ser mecanismos para compensar em os próximos anos a contração. As últimas projeções da indústria aérea consideram uma recuperação mais lenta da demanda em comparação ao previsto em meses anteriores. Os vôos internacionais de longa distância serão os últimos em recuperar-se, enquanto em termos de tráfico as viagens do tipo V.F.R. (Visit Friends & Relatives) serão os primeiros em materializar-se, seguidos do tráfico turístico e os vôos corporativos. (Tomado de Portal de América)

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