Cuba reabre, e segue proibida para os estadounidenses

15 de Novembro de 2021 10:52am
Redação Caribbean News Digital Portugues
Cuba-reapertura fronteiras

Cuba reabre suas fronteiras nesta segunda-feira 15 de novembro, marcando uma nova oportunidade para os viajantes cansados da pandemia e para a indústria turística da ilha, no entanto, para os cidadãos estadunidenses visitá-la requer ter que vencer obstáculos como nunca dantes, segundo afirmam diretores de oito agências de turismo de Estados Unidos.

Donald Trump, ex presidente dessa nação pôs fim às viagens de cruzeiros, reduziu os voos a Havana e eliminou por completo as aterragens em outras províncias.

Sua administração proibiu a maioria dos hotéis, o subir aos autocarros de turismo e outros serviços, medidas que seguem vigentes baixo o mandato do presidente Joe Biden.

"Os obstáculos que tem imposto Estados Unidos são os maiores em nossos mais de 22 anos de fazer negócios em Cuba", disse Michael Zuccato, diretor de Cuba Travel Services. "Os reptos parecem intermináveis neste momento. Entre Trump, a pandemia e agora Biden", afirma Mayra Alonso, presidenta de Marazul Tours.

Zuccato, ao igual que os demais, disse que a reserva de hotéis e, em particular, a transferência de fundos à ilha caribenha se converteram em grandes dores de cabeça para quem planeam viagens a Cuba desde Estados Unidos.

Muitos operadores turísticos esperavam que Biden cumprisse suas promessas de campanha e reduzisse os obstáculos para visitar a ilha caribenha, um destino popular que conta com uma rica cultura, praias de areia branca e edifícios históricos.

"As sanções estadunidenses incrementadas por Trump e mantidas pelo governo de Biden são uma grande decepção", assegura Collin Laverty, diretor de Cuban Educational Travel.

Mas pese a tudo isto, Cuba, que considera o turismo como a locomotora de sua economia, segue dando as boas-vindas a todos os cidadãos estadunidenses para que passem suas férias na ilha, disse o ministro de Transporte na ilha, Eduardo Rodríguez aos jornalistas na semana passada. "Hoje, Estados Unidos tem quatro voos semanais a Havana, e aumentámo-los a 147 por semana, incluindo 77 a Havana", disse. No entanto, o governo de Biden não tem dado sinal alguma de que vá permitir os voos às províncias do país.

 

Tom Popper, fundador e ex presidente de InsightCuba e atual diretor geral de 82° West Consultants, uma companhia de consultoria de negócios para Cuba, disse que apesar das férreas restrições de viagem à ilha, os estadounidenses ainda podem viajar a Cuba legalmente.

"Normalmente, o mercado estadunidense vê a Cuba como uma opção binária: ou permite-se-lhes viajar a Cuba ou não, o que depende das acções mais recentes do presidente estadounidense em exercício", disse.

Popper explica que as viagens a Cuba estão permitidos dentro de 12 categorias, incluindo a de Apoio ao Povo Cubano, utilizada pela maioria dos viajantes, actividades jornalísticas e visitas a familiares. Disse que muitos operadores turísticos e assessores de viagens desenham pacotes que cumprem com as regulações estadounidenses.

As viagens de estadunidenses a Cuba dispararam-se durante a distensión iniciada pelo ex mandatário Barack Obama, quem flexibilizó as restrições e inclusive visitou a ilha com sua família em março de 2016.

A administração Trump, no entanto, reverteu as medidas de Obama e acrescentou novas restrições, e depois Cuba fechou suas fronteiras durante grande parte da pandemia. Durante 2018 e 2019, uns 500.000 cubanoamericanos visitaram sua pátria a cada ano, segundo o governo cubano.

As viagens dos estadunidenses que não são de origem cubana, por sua vez, se desplomaron de 498.538 em 2018 a tão só 58.147 em 2020, como consequência direta dos fechamentos pela pandemia do novo coronavirus e a vigência das sanções que impusesse em seu momento a administração do ex presidente Donald Trump.

Enquanto, Cuba reabre este 15 de novembro ao turismo. Aos norte-americanos somente resta-lhes esperar a que, em algum momento, o atual presidente Joe Biden recorde que faz pouco mais de um ano prometeu flexibilizar as viagens à ilha. (Com informação da agência Reuters)

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