Ilha Mauricio luta por salvar seu turismo do derrame de petróleo

10 de Agosto de 2020 10:38pm
Redação Caribbean News Digital Portugues
Ilha Mauricio

(EFE).- Dois navios cisterna e vários helicópteros têm sido despregados para frear o vertido de combustível procedente de um barco varado na costa da ilha de Mauricio, informou hoje a empresa japonesa Nagashiki Shipping, dona do navio.

O granelero MV Wakashio, com bandeira de Panamá, permanece encalhado na costa este de Mauricio desde este 25 de julho, conquanto na passada quinta-feira o Governo mauriciano confirmou que o navio tinha uma brecha e que derramava seu ônus de combustível ao mar, e já na sexta-feira declarou o "estado de emergência meio ambiental".

"O problema principal neste momento é reduzir os efeitos do derrame e proteger o médio ambiente" desta ilha paradisíaca do oceano Índico situada ao este de Madagascar, indicou a empresa num comunicado divulgado pelos meios locais.

As autoridades, precisou, têm ordenado o despliegue de dois barcos cisterna, o MT Elise e o MT Tresta Star, e de remolcadores para ajudar a retirar o fuel oil do MV Wakashio.

"Estabeleceu-se com sucesso uma conexão de mangueira com o MT Elise, que está de forma segura em o custado (do barco varado) e a transferência de fueloil está em marcha. MT Tresta Star permanece em espera em a zona", anotou Nagashiki Shipping.

Ademais, acrescentou, "despregaram-se helicópteros para transladar contêiners de fueloil extraídos do lugar. A situação está sendo monitorada de perto por uma equipe de especialistas em coordenação com as autoridades de Mauricio".

"Nagashiki Shipping desculpa-se profundamente ante o povo de Mauricio, e fará todo o possível por proteger o médio ambiente e mitigar os efeitos da contaminação", segundo o texto.

Vários trabalhadores laboram as 24 horas do dia para evitar que o derrame de cru afete as belas praias da ilha

O Governo de Japão anunciou neste domingo que enviará uma equipe de experientes para ajudar em o desastre meio ambiental.

No momento do acidente em frente à zona de Pointe d'Esny, o MV Wakashio, que viajava desde Chinesa a Brasil, não transportava ônus mas se estima que estava repleto com mais de 200 toneladas de diésel e 3.800 de fueloil para consumo próprio. A veintena de tripulantes já tem sido evacuada.

Na passada quinta-feira, depois de quase duas semanas com o barco encallado em os arrecifes a aproximadamente medeio quilômetro de terra, o Governo mauriciano confirmou que o navio tinha uma brecha e que derramava combustível ao mar, pondo em grave risco os arrecifes, praias e albuferas próximas.

Este vertido está considerado já uma das piores catástrofes da história da ilha, famosa por suas águas cristalinas, albuferas e praias paradisíacas.

A zona afetada é uma região de arrecifes de coral que levavam uns quinze anos se reabilitando e também de grande diversidade marinha e terrestre, com importantes reservas naturais a poucos quilômetros.

O oceanógrafo e experiente meio ambiental mauriciano Vassen Kauppaymuthoo estimou hoje que se precisarão "uns dez anos para que o ecossistema marinho se pareça ao que era", em declarações recolhidas pelo portal informativo Defimedia.

"Se o barco rompe-se, terá entre oito e mais dez vezes combustível nas albuferas", advertiu Kauppaymuthoo, ao sublinhar a necessidade urgente de sacar todo o combustível existente a bordo do granelero para evitar esse rompimento.

Durante o fim de semana teve uma afluência em massa de pessoas para colaborar em as tarefas de limpeza em a praia e de construção de barreiras de contenção.

Mas o desastre não é sozinho natural, senão também econômico, em uma zona em a que centos de famílias vivem da pesca e o turismo, um setor que em este ano já estava sofrendo pelo forte impacto da pandemia de coronavirus.

Back to top