América Latina: crescimento econômico e redução da pobreza

12 de Dezembro de 2006 1:13pm
godking

A economia da América Latina crescerá em torno de 4,5% em 2006, estimulada principalmente pelo valor das matérias-primas, explicou o presidente do Banco Inter-americano de Desenvolvimento - BID, Luis Alberto Moreno, que divulgou os números macroeconômicos da região em uma entrevista coletiva oferecida antes de participar da 30ª Conferência da Bacia do Caribe, organizada pela Caribbean-Central American Action (CCAA).

A Venezuela lidera o ápice econômico da região com 10% de crescimento, já que o país cresceu a um ritmo mais alto principalmente graças aos preços do petróleo. A Argentina terá um crescimento muito bom que pode se aproximar de 9% e outros países que se destacam são Chile, Colômbia e Peru que crescerão perto de 6% ou 5%.

Após encerrar a entrevista coletiva, Moreno falou em seu discurso na sessão plenária de abertura da conferência da CCAA sobre o processo de integração econômica da Bacia do Caribe, e afirmou que a região está em claro processo de integração econômica após um esforço de muitos anos.

No entanto, para consolidá-lo precisa de um fator fundamental como a energia, um setor que enfrenta o "desalentador desafio" dos altos custos e que ameaça o crescimento da Bacia do Caribe. Nesse cenário, a produção de cana de açúcar da região pode ter um papel relevante na produção de biocombustível, com o que se deduz que investir no setor teria um benefício imediato.

Por outro lado, o relatório "Panorama Social da América Latina-2006", da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), divulgado recentemente, indica que os últimos quatro anos (2003-2006) foram o melhor período dos últimos 25 anos em termos de redução da pobreza, diminuição do desemprego e melhora na distribuição de renda em alguns países.

Segundo as últimas cifras disponíveis, 39,8% da população da América Latina e do Caribe se encontravam em situação de pobreza e 15,4% em pobreza extrema ou indigência em 2005. Em 2006, a Cepal prevê uma redução no número de pobres e de pessoas vivendo em extrema pobreza (38,5% e 14,7%, respectivamente).

Comparando-se com as medições efetuadas em 2001 e 2002, um número importante de países apresentou reduções em suas taxas de pobreza e indigência. As cifras mais significativas foram registradas na Argentina (26% de pobreza no período 2003/2005), contra 45,4% em 2000/2002) e na Venezuela (37,1% em 2003/2005, contra 48,6% em 2000/2002). Da mesma forma, Colômbia, Equador, México e Peru apresentaram uma queda de cerca de quatro pontos porcentuais.

A diminuição projetada da pobreza extrema para 2006 corresponde a um avanço de 69% em direção às Metas do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU): erradicar a pobreza extrema e a fome até 2015. Desta forma, a Cepal acredita que a região como um todo se encontra bem encaminhada em seu compromisso de reduzir à metade a pobreza extrema até 2015.

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