Auguram década florescente para o turismo em América Latina

09 de Outubro de 2014 11:17am
claudia

O turismo vai ser um dos setores mais florescentes em América Latina durante a próxima década. Segundo dados recentes do Conselho Mundial de Viagens e Turismo, essa indústria crescerá a um ritmo média do 4,4 % anual até 2024.

Estas optimistas perspectivas têm sua base em dois pontos finques: o incessante aumento da classe média na maioria dos países de América Latina –consequência de um notável ganho no poder adquisitivo–, e a eliminação de vistos para o turismo intra-regional.
 
O panorama é prometedor, ainda que o setor também conta com relevantes reptos. O principal: levar a cabo os investimentos necessários para acomodar as infraestruturas turísticas ao incremento da demanda.
 
Segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo internacional aumentou um 4,6 % durante o primeiro semestre de 2014. Em América do Sul e Central, a cifra escalou até o 6 %, enquanto no Caribe subiu um 5 %, em todos os casos, acima da média.
 
Indicam as estimativas da OMT, que uma quarta parte dos visitantes que chegam aos países latino-americanos provem da mesma região.
 
A isso tem contribuído muito o desenvolvimento econômico que América Latina tem experimentado durante a última década. Segundo o Banco Mundial, a classe média na região incrementou-se num 50% na primeira década deste século, passando de 103 milhões de pessoas a 152 milhões. São quase 50 milhões de pessoas mais com capacidade para viajar.
 
Também tem influído a exclusão dos vistos entre os principais países emissores e receptores de turismo.
 
Os governos do México e o Brasil assinaram no ano passado um acordo para eliminar o visto turístico. Ambas as nações já tinham subscrito um pacto similar em 2000, mas foi suspenso em outubro de 2005. Também não terá obstáculos administrativos para viajar entre os que formam a Aliança do Pacífico – o México, Peru, Colômbia e Chile–.
 
Potência brasileira
 
O Brasil tem sido, até a data, o principal mercado emissor latino-americano de turismo internacional. No ano passado, a despesa dos turistas brasileiros aumentou um 13%, até atingir os 25 bilhões de dólares e o país situou-se entre os dez primeiros países do mundo nesta classificação.
 
Entre os receptores, os países do Caribe seguem à cabeça: 25 milhões de pessoas visitaram a região em 2013; entre eles, 1,5 milhões foram latino-americanos, um 13% mais que no ano anterior e quase o duplo dos registados em 2009, segundo a OMT.
 
Nos últimos anos, no entanto, outros países da região têm escalado vários postos entre os destinos favoritos da região. Os casos mais representativos são os do Peru e a Colômbia.
 
Peru registou em 2013 o maior avanço relativo no número de chegadas internacionais em América do Sul, superando a países como a Argentina e Chile. Concretamente, Peru recebeu um 11 % mais de visitantes.
 
A capital, Lima, foi a cidade latino-americana que mais visitantes recebeu no ano passado, com 5,1 milhões de pessoas, segundo um relatório de MasterCard. A cifra duplica à registada em Aso Paulo ou Buenos Aires. O Governo de Ollanta Humala tem anunciado que investirá 67 milhões de dólares para melhorar a infraestrutura turística até 2016.
 
Na Colômbia, o crescimento foi de 8,4 %. Este setor é já o terceiro gerador de divisas no país andino, só por trás do petróleo e os derivados do carvão.
 
Ao igual que o Peru, a Colômbia também enfrenta o repto de acomodar suas infraestruturas ao crescimento do setor turístico. O Conselho Mundial de Viagens e Turismo tem criptografado em mais de um bilhões de dólares os investimentos previstos na região na próxima década para cumprir com este objetivo.

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