Brasil emite 52% dos gases do efeito estufa da América Latina

08 de Dezembro de 2010 12:07am

Brasil, Argentina, Venezuela e México são responsáveis por 79% das emissões de gases que causam o efeito estufa na América Latina, indica um relatório das Nações Unidas divulgado nesta segunda-feira, 6, na Cúpula da Mudança Climática (COP-16).

O documento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), desenvolvido com o apoio do instituto GRID Arendal, destaca que o Brasil, sozinho, fornece 52% das emissões de toda a região.

O estudo adverte que as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) na América Latina em 2006, sem incluir as por mudança no uso da terra, foram de 38,754 bilhões de toneladas métricas.

Segundo a análise de dados de 2005, a pesquisa indica que a média das emissões per capita da região, também excluindo as por mudança no uso da terra, foi de 5,5 toneladas métricas de CO2, sendo que Trinidad e Tobago, Uruguai, Venezuela e Argentina registraram, nessa ordem, as maiores emissões por habitante.

O documento "Os Gráficos Vitais da Mudança Climática na América Latina e Caribe" assinala que as principais fontes de emissão de gases do efeito estufa na América Latina são as mudanças no uso da terra e silvicultura, ciência que estuda as atividades ligadas a implantação e regeneração de florestas, agricultura e energia.

Por países, o Brasil é o maior emissor por mudança no uso da terra, com mais de 800 mil toneladas métricas de CO2, quanto às emissões por energia na região, são México e Brasil os que mais contribuem, com mais de 500 mil toneladas de COD em conjunto.  

"A importância da agricultura na região se vê refletida também nas emissões, tendo Brasil, Paraguai, Argentina, Jamaica e Colômbia uma participação significativa deste setor no total de suas emissões", destaca o estudo.

Luis Miguel Galindo, pesquisador da Cepal e coautor do documento, indicou em entrevista coletiva para apresentar os resultados do estudo, que apesar de não ser América Latina um grande emissor, se seguir crescendo de forma contínua e com a mesma plataforma produtiva, poderemos ser grandes emissores no futuro.
   
Segundo Galindo, América Latina e Caribe têm um índice de emissões de 1.152 toneladas de CO2 por cada milhão de dólares do seu Produto Interno Bruto (PIB), muito superior à média dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 481 toneladas de CO2 por cada milhão de dólares de PIB.

Fonte: EFE
 

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