Brasil quer entrar nos roteiros das embarcações estrangeiras de luxo

01 de Dezembro de 2008 4:54am
godking

Os principais estaleiros do Brasil, INACE, MCP YACHTS e SUNBOATS, vão se reunir em Fortaleza, no Marina Park, de 05 a 07 de dezembro, para discutir a possibilidade de incluir o Brasil no roteiro dos Super Yachts estrangeiros.

Para este primeiro encontro foram convidados funcionários da Polícia Federal, da Receita Federal, representantes do Ministério do Turismo, das Forças Armadas e conceituados agentes de Brokerage e Charter (aluguel) internacionais, além de profissionais da Boat International (a melhor revista internacional deste segmento).

Países do mundo inteiro estão investindo no setor de super iates para turismo de charter. A China, depois de construir a marina olímpica para a Olimpíada 2008, decidiu investir na construção de mais 600 marinas na costa chinesa para ser um destino mundial. A Índia é outro país que aposta no setor para também entrar na rota desse tipo de negócio e atrair estrangeiros.

De acordo com comunicado da Organização, no Brasil, apesar da bela e extensa costa e de um grande potencial para desenvolver atividades náuticas, faltam docas especiais com infra-estrutura adequadas para receber embarcações de médio e grande porte no país. Para se ter idéia em todo litoral brasileiro apenas seis cidades (Fortaleza, Itaparica, Salvador, Búzios, Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Santos e Balneário Camboriú) possuem marinas e entre elas nem todas são altamente qualificadas. Como destaque podemos citar a Bahia Marina (Salvador), Verome (Angra), Tedesco (Balneário Camboriú) e Marina Park (Fortaleza). A Marina da Glória (RJ), uma das mais famosas do país, curiosamente, é precária sob vários aspectos.

O americano Steve Buckley, um dos maiores corretores de super iates do mundo, já confirmou presença. Antes de desembarcar em Fortaleza no dia 5 de dezembro, ele partirá de Miami e passará por Manaus, onde fará um Day Charter num dos lugares mais cobiçados pelos profissionais de charter. No evento, Buckley vai falar sobre o mercado internacional de super iates e o potencial do Brasil para o turismo de charter e a comercialização de super iates.

Para que o mercado de Charter no Brasil se torne realidade é necessária uma estrutura que atenda às exigências das autoridades marítimas nacionais e acompanhe o modelo padrão de outros países (tais como EUA, Espanha, Itália e Austrália entre outros) que têm experiência neste negócio. Atualmente, a legislação brasileira é voltada para a navegação comercial de carga e atividades de navios de passageiros. "Há um espaço gigantesco, ainda inexplorado, que precisa ser desenvolvido e que, certamente, vai gerar emprego, investimento em capacitação de mão-de-obra especializada para o turismo de Charter e lucro para o país", observa o engenheiro naval Abraham Rosemberg, um dos coordenadores do evento.

Para os setores de atividades náuticas de charter, lazer, esportivas e turísticas a consciência ecológica de preservação do meio ambiente é fundamental. Ninguém quer navegar ou praticar esportes em rios e mares poluídos. Sobre o assunto, Chen Li Cheng, diretor da Ecosorb, de tecnologia de proteção ambiental, vai falar sobre a prevenção de eventuais ocorrências indesejáveis (derramamento de óleo nas Marinas e suas conseqüências no impacto ambiental) e a nova regulamentação do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), resolução Nº 398, de 11 de junho de 2008.

Esta será uma grande oportunidade para a troca de informação e interação entre os estaleiros e as autoridades federais. Com um litoral de mais de 9 mil quilômetros e paisagens deslumbrantes há muito o que se investir em infra-estrutura para ter o retorno financeiro no mesmo patamar que o negócio proporciona. Entre os temas a serem debatidos estão: o negócio de aluguel de iates, legislação brasileira e internacional, requisitos internacionais para tripulação e comandantes, e consciência ecológica, entre outros.
Calcula-se que o Brasil deixa de arrecadar de 50 a 150 milhões de dólares por ano por não investir neste tipo de negócio. Todo o potencial brasileiro para o turismo de Charter deve deixar de ser uma utopia e se tornar uma realidade a ser construída em benefício do país.

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