A ciguatera, uma doença evitável
A ciguatera é provocada por algumas espécies de peixes tropicais e subtropicais. Cerca de 50 mil humanos adoecem anualmente depois de consumir pescado carnívoro de grandes dimensões, principalmente nas zonas de recifes de corais.
A palavra ciguatera é comum no Caribe e a doença foi descrita pelos índios da região em 1511, que misturavam sintomas de vários tipos de intoxicações. Hoje, os sintomas gastrointestinais, neurológicos e cardiovasculares identificam claramente a intoxicação conhecida como ciguatera.
A ciguatoxina, que os peixes acumulam em seu corpo através da cadeia alimentar, não desaparece nem por congelamento nem por altas temperaturas, de modo que passa aos humanos que comem o pescado contaminado. Os peixes podem conviver normalmente com a toxina, que aumenta suas concentrações na medida em que aumenta o volume do animal.
Os sintomas gastrointestinais nos humanos podem aparecer três horas após o consumo, enquanto os sintomas neurológicos podem aparecer de 12 a 18 horas depois e permanecer durante meses.
O peixe portador da toxina não apresenta qualquer característica exterior especial e diversos fatores podem aumentar o risco, por exemplo: espécie, zona de pesca, estação do ano, quantidade e partes do pescado consumido, assim como a presença de certo tipo de alga na zona de pesca (principalmente nos recifes de corais). Outros fatores ambientais e de poluição podem aumentar o risco de doença.
No Caribe, a incidência é alta em St. Barthelemy, Cuba, Porto Rico e nas Ilhas Virgens. Na República Dominicana, as zonas de maior risco são Puerto Plata, La Romana, Perdernales, Palenque e Montecristi. Não constitui um grave problema nas Ilha Cayman nem em Guadalupe.
As espécies de maior risco são (nome popular em espanhol):
Barracuda (Sphyraena Barracuda); Picúa (Spiraena Picudilla); Morena (Gymnothorax Funebris); Peje Rey (Alectis Crinitus); Medregal (Seriola Riboliana); Mero Guajiro (Mycteroperca Bonaci); Casabe (Vomer Setapinnis); Casabito (Selene Comer); Bembona o Cojinua Cola Amarilla (Coranx Bartholomae); Chillo (Lutjanidae); Gallego (peso de 2,2 kg); Aguají (peso de 45,4 kg).
A principal recomendação para evitar a doença: não comer pescado carnívoro de grandes dimensões, principalmente procedente dos recifes de corais.