Confidencialidade e segurança preocupam na maior feira de informática do mundo

02 de Março de 2011 3:23pm

A maior feira informática do mundo começou nesta terça-feira na Alemanha, em meio a inquietações sobre questões de segurança e confidencialidade no setor, depois do "desaparecimento" de 150.000 contas do e-mail do Google.

O salão Cebit de Hanover aborda nesta semana o "cloud computing" ou "computação em nuvem", sem responder a todas as perguntas feitas sobre confidencialidade levantadas por essa tecnologia dominada pelas empresas americanas.

O Google reconheceu problemas que afetaram o e-mail de 150.000 pessoas em todo o mundo, que perderam suas contas talvez para sempre.
Todo internauta que utiliza uma conta de e-mail recorre ao "cloud computing".

"A maioria dos consumidores fazem 'cloud computing' sem saber", explica à AFP August-Wilhelm Scheer, presidente da federação tecnológica alemã Bitkom. Isso ocorre quando publicam fotos de suas férias via rede social Facebook, quando jogam on-line ou quando se inscrevem em um site de encontros.

Para isso, utilizam programas que não estão no disco rígido do computador, mas em uma "nuvem" de servidores dispostos em todo o mundo e acessíveis pela Internet, de forma gratuita ou mediante remuneração.

Os dados são acessíveis em qualquer lugar e, para as empresas, esse sistema é menos oneroso que criar um servidor ou comprar licenças de programas informáticos.

A expansão do "cloud computing" suscita uma certa desconfiança, particularmente na Alemanha, país muito preocupado com a confidencialidade, e que já obrigou o Google e o Facebook a serem mais exigentes no tratamento de dados privados.

A desconfiança aumenta com o fato de quase todas as empresas de "cloud computing", proprietários de servidores gigantescos, serem americanas: Amazon, Google e Microsoft dominam o mercado.

"Algumas empresas se recusam a utilizar servidores situados nos Estados Unidos, já que as leis do país contra o terrorismo permitem acessar dados privados", explica Carlo Velten.

Mas os americanos poderiam resolver o problema, criando um centro de dados na Europa. O especialista prevê também que "os países que têm as leis mais rígidas em matéria de proteção de dados serão os vitoriosos" da informática na "nuvem", e cita a Suíça, país muito atraente, segundo ele, para empresas que buscam segurança.

Scheer, por sua vez, relativiza os riscos vinculados à centralização de dados em servidores gigantescos.

"Podemos imaginar um atentado, ou um avião se chocando contra um servidor; mas o mesmo pode ocorrer com as centrais elétricas, e nem por isso empresas do setor constroem cada uma central diferente", explica.
Fonte: AFP
 

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