Cuba: Já chega nova edição da Festa do Fogo

Mais lá do transcendente da suas ações pontuais, convêm fazer reflexão sobre seu impacto na cultura caribenha, crisol singular. ¿Existe realmente uma cultura caribenha, única, perfeitamente definível? A pergunta aflora constantemente em sessões teóricas. O certo é que nesta região do mundo, neste rosário de ilhas e zonas costeiras continentais que banha o mar Caribe, há um conglomerado multicolor de culturas, marcadas por diferentes procedências.

Primeiro, a diferencia do panorama geral latino-americano (ao que pertencem estas ilhas por interesses e projeções mais o menos comuns), aqui coexistem vários idiomas: espanhol nas ilhas maiores, inglês em grande parte dos territórios colonizados por Grão Bretanha, francês em outras nações e dependências, holandês… e por suposto, os dialetos que surgiram do choque de línguas.

O Caribe foi zona de encontros quase nunca pacíficos, que forjaram as identidades de estes povos. Nos territórios continentais se mantiveram vivas (a pesar da exploração indiscriminada) as populações nativas, as culturas pré-colombianas. E logo, a maravilhosa mestiçagem (muito mais presente em antigas possessões espanholas), que marca a forma de ser desta região. Não vivemos num mundo de purezas intocadas. A nossa cultura é mistura. Ai fica a diferença, e mesmo ai a principal união.

O diálogo das nações e territórios todos tem superado as circunstancias políticas. O Caribe fala uma língua comum mais lá do que as diferenças: as artes e as letras, as tradições essenciais e domésticas são sua principal plataforma.

Por isso em Santiago de Cuba, a mais caribenha das nossas cidades, confluem em harmonia manifestações e aproximações variadas. O Caribe é um: múltiplo e vibrante.

Esta nova edição da Festa do Fogo (34) a se celebrar na oriental província de Santiago de Cuba vai honrar ao escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez e a cantora dominicana Sonia Silvestre, falecidos recentemente.