Cúpula Ministerial da OMT e o WTM: O legado necessário dos megaeventos

O impacto da exposição pública durante eventos internacionais, unido a investimentos em infraestrutura, faz que os megaeventos possuam um importante potencial em longo prazo.
Esse foi a mensagem principal dimanado da oitava edição da Cúpula Ministerial da OMT e o WTM, cujo tema foi Turismo e megaeventos: a construção de um legado perdurável», e que esteve moderada por Max Foster, de CNN International.
Na inauguração da Cúpula, o Secretário Geral da OMT, Taleb Rifai, sublinhou que «ao pensar no legado dos megaeventos, os destinos têm que considerar a infraestrutura, o investimento e o emprego, benefícios imateriais como a percepção do país, e a forma mais eficaz de envolver aos cidadãos».
BENEFÍCIOS MATERIAIS E IMATERIAIS
A colaboração e as associações são elementos essenciais deste enfoque, disse o Vice-ministro de Turismo do Brasil, Vinícius Lemmertz, em referência à recente Copa Mundial de Futebol de 2014 e ao modo em que «tinha fixado a agenda da cooperação público-privada no Brasil».
O Presidente de VisitBritain, Christopher Rodrigues, falou do legado positivo em termos de emprego das Olimpíadas de Londres-2012, enquanto o Vice-presidente da Administração Nacional de Turismo de China, Jiang Du, sublinhou o papel dos voluntários nas Olimpíadas de 2008 em Beijing. «Durante os Jogos, conseguimos envolver a estudantes, a jovens e a pessoas aposentadas. O trabalho voluntário é hoje uma rotina em todos nossos megaeventos».
O Presidente da Autoridade de Turismo de Qatar, Issa Mohammed al- Mohannadi, sublinhou que o desenvolvimento de infraestruturas para a próxima Copa Mundial de Futebol se está a planejar em função de sua utilização futura.
Ainda que os efeitos imateriais possam ser menos visíveis, são igualmente importantes. No caso de África do Sul, o Ministro de Turismo, Derek Hanekon, recordou os benefícios para a imagem do país. «Quando acolhemos a Copa Mundial de Rugby em 1995, partíamos da nada e demonstramos ao mundo o que podíamos fazer», afirmou.
ENVOLVER A TODOS OS AGENTES INTERESSADOS
Isabel Borrego, Secretária de Estado de Turismo da Espanha, sublinhou que, ao apresentar uma candidatura para albergar um megaevento, «é fundamental avaliar devidamente seu impacto e sua sustentabilidade».
David Scowsill, Presidente e Diretor Geral do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (CMVT), pediu a participação do setor privado nas primeira etapas da preparação de qualquer uma candidatura e Adolfo Mesquita Nunes, Secretário de Estado de Turismo do Portugal, sublinhou que as administrações de turismo tinham que «envolver desde o início em qualquer um projeto de acolher um megaevento», ainda que avisava que a decisão de apresentar uma candidatura para acolher esses megaeventos deveria «confluir integralmente com os principais objetivos de um país».
Na Cúpula participaram também Hiromi Tagawa, Presidente da Japan Association of Travel Agents (JATA), Alan Gilpin, Chefe da Copa Mundial de Rugby na Junta Internacional de Rugby (IRB), e Thomas Waldner, do Donauinselfest de Áustria.