Enfraquecimento econômico dos EUA afetará América Latina, segundo FMI

19 de Outubro de 2007 6:24am
godking

O enfraquecimento da economia dos Estados Unidos afetará a América Latina, que crescerá 4,3% em 2008, abaixo dos 5% esperados para este ano e dos 5,5% de 2006, segundo afirmou o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo o FMI, apesar de um crescimento menor, a expansão latino-americana atual é a mais prolongada desde a década de 1960, o que reduziu a vulnerabilidade externa da região.

Os economistas do Fundo afirmaram que, além da desaceleração americana, que atingirá principalmente o México e a América Central, a América Latina também será afetada por fluxos menores de remessas e pelo fim do "boom" da construção hoteleira no Caribe.

Os países produtores de matérias-primas como Argentina, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela terão que se preparar para tempos mais difíceis, já que os problemas com a oferta impedirão a continuidade das altas taxas de crescimento de 2006.

A Venezuela passará de um crescimento de 10,3%, em 2006, para 6% em 2008. Na Argentina, a taxa cairá de 8,5% para 5,5%.

A possibilidade de que a instabilidade nos mercados globais atinja a região de forma mais severa está entre os fatores que podem piorar o atual marco macroeconômico.

O FMI afirma que, até agora, esse contágio foi "relativamente benéfico" devido ao fortalecimento das políticas macroeconômicas e a algumas contas públicas mais saneadas que mantiveram a confiança dos consumidores.

Mesmo assim, não se pode parar de se preocupar com a economia, já que um enfraquecimento maior que o esperado nos EUA reduziria a demanda das exportações latino-americanas.

México e América Central seriam os mais prejudicados por este cenário, já que têm vínculos comerciais estreitos com os Estados Unidos.

A América do Sul também seria afetada negativamente por uma queda nos preços de alimentos, metais, e energia, o que pode ocorrer se a demanda global desacelerar, afirmou o FMI.

O FMI acha que a gestão dos fluxos estrangeiros de capital é "um desafio macroeconômico chave" para os políticos latino-americanos.

Segundo as previsões, a região continuará recebendo fluxos de capital consideráveis. O FMI não descarta, no entanto, a possibilidade de um aumento da volatilidade / EFE.

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