Galápagos, um paraíso com direito de admissão

12 de Fevereiro de 2018 3:35pm
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Galápagos, um paraíso com direito de admissão

Um paraíso que evoca o começo dos tempos. Um tesouro ecológico que muitos desejam para descobrir. Mas, para sobreviver, as Llhas Galápagos de deveriam desprezar a milhares, talvez milhões, de turistas.   

Nas areias brancas da Baía de Tartaruga, na ilha Santa Cruz, os iguanas de crista pré-histórica tostam-se ao sol entre os turistas.   

Os surfistas correm ondas entre tartarugas marinhas. Outros nadadores com máscaras e esnórquel observam mantarrayas, tubarões gorjeta branca e peixes de cores.   

Deste modo, entre espécies ameaçadas e visitas que não acabam sendo multidão este arquipélago vulcânico conformado por 19 ilhas grandes e dúzias de ilhas e pedras a 1.000 km do continente têm sobrevivido.   

Mas o Equador sabe que a explosão do turismo mundial que em 2017 bateu recordes novamente com 7% viajantes demais, exerce uma pressão crescente nestes paraísos frágeis.   

"Galápagos são a jóia da coroa, e como tal nós temos que cuidar. Nós não devemos massificar o turismo", explica o ministro de Turismo, Enrique Ponce de León. "Nós temos ser muito drásticos no cuidado do ambiente."   

Com uma rede de hotéis pequenos e uma oferta de cruzeiros entre ilhas, Galápagos são um destino ecoturístico que figura entre o mais exclusivo no Pacífico.   

Os vôos de Quito e Guayaquil é sobre os 400 dólares e uma permanência de uma semana oscila entre os 2.000 e os 7.000.   

O afluxo têm sendo crescente, até alcançar aproximadamente 245.000 visitas por ano.   

Aquela cifra que é o máximo que as ilhas podem apoiar sem danificar os seus ecossistemas de acordo com as autoridades, poderia se tornar norma.   

"As particularidades ambientais, sociais e biológicas deste lugar sem igual nos forçam estabelecer um topo, negociar o turismo da oferta e não da demanda", mostra Walter Bustos, diretor do Parque Nacional Galápagos.   

O arquipélago fora batido no passado pelos piratas e baleeiras, e para Charles Darwin inspirara sua teoria da evolução luta contra a pesca ilegal, o aquecimento global e "invasores" como cães, gatos e ratos.   

Em 1959 se criou o Parque nacional para preservar 97% da sua superfície terrestre, e em 1978 a UNESCO declarou o arquipélago Patrimônio Natural da Humanidade.   

Uma reserva marinha de 138.000 km2 também estava definida, e foi classificado como santuário marinho - com veda total de pesca - para uma área de 38.000 km2, entre as ilhas Darwin e Wolf, a área com maior biomassa de tubarões do mundo.   

Dependente das importações do continente e com fontes limitadas de água, este arquipélago mantido no Pacífico tem limitado o crescimento de sua população: hoje só 26.000 pessoas moram nas quatro ilhas habitadas.   

A lei de "Régime especial" tenta como estrangeiros os equatorianos "continentais". Obter a residência permanente, por exemplo, eles deveriam ter estado casados com um nativo das ilhas para um mínimo de dez anos.   

As autoridades levam anos também restringindo a construção e promovendo o uso de energia renovável e do carro elétrico.   

Até mesmo, as sacolas plásticas são desterradas.   

Na ilha Baltra, a porta de entrada principal para Galápagos, opera um aeroporto ecológico, movido por energia solar e eólia.  

Mas "o desafio é negociar o turismo de um modo sustentável que conserva os ecossistemas e gera benefícios. Não é necessário ver o turista como o diabo", explica Juan Carlos García, diretor de conservação do ONG a WWF no Equador.   

Mas pôr limites ao turismo em Galápagos castiga a economia dolarizada.   

E estes têm sido anos de escassez de moedas correntes estrangeiras por conta dos baixos preços do petróleo e um endividamento agressivo. O turismo e a mineração se aparecem como salva-vidas.   

Em 2017, o número de visitas para este país megadiverso, com vulcões e floresta amazónica, cresceu 14% em relação a 2016, até os 1,6 milhões, que é uma cifra muito modesta comparada com a de outros países da região.   

A idéia do presidente Lenin Moreno é que o turismo puxe a economia, para acima do cru.   

Para isto decretou há meses atrás a política de “céus abertos" que liberaliza o tráfego aéreo de forma mais turistas aterrissem em Quito e Guayaquil.   

Muitas destas novas visitas quererão visitar o arquipélago. A linha aérea estatal TAME já anunciou novas freqüências às ilhas.   

Poderão às suas autoridades resistir à pressão?    

"É necessário apostar mais para a qualidade e alongar as permanências dos turistas que agora chegam. E que então eles viajarão para o resto do país, enquanto lhes oferecer pacotes", responde o ministro.    

Metropolitan Touring, operador com meio século de presença em Galápagos e que move aproximadamente 12.000 turistas por ano, adverte que a fixação de "uma quota" de turistas elevará os preços, "como tudo muito escasso."   

"Embora é contrário dos interesses empressariais, é uma medida razoável por não terminar como Machu Picchu", a sobrevisitada cidadela inca de Peru, afirma Roque Sevilla o diretor da companhia.  

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