A gastronomia, outro motivo para viajar a Cuba

15 de Junho de 2017 4:32pm
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A gastronomia, outro motivo para viajar a Cuba

Chefs e expertos internacionais em gastronomia veem hoje na cozinha tradicional cubana um potencial atraente turístico, que os cozinheiros e produtores locais devem se esforçar por preservar e desenvolver no meio do crescente interesse mundial por viajar à ilha caribenha.

Membros da comunidade culinária de Cuba, Espanha, EUA, México e Peru, que se reuniram em Havana para o VII Seminário Gastronómico patrocinado pelo grupo espanhol Excelências, coincidiram em que se deve renunciar a clichés e evitar ser complacentes com os visitantes.

“A rica gastronomia cubana pode usar-se como complemento para; boom’ turístico que experimenta Cuba. O que têm é que estar um passo adiante e promover o autóctone”, disse o presidente da Sociedade Peruana de Gastronomia, Bernardo Rocha, um dos oradores na sessão de abertura do seminário.

Objetivo: espremer a riqueza gastronómica

Baseado na experiência de Peru -convertido num dos destinos gastronómicos mais populares do mundo- Rocha agregou que a estratégia correta seria usar com uma nova atitude produtos maravilhosos da ilha tais como goiaba, abacaxi, lagosta e o casabe, um tipo de pão aborígene feito com mandioca.

“O potencial é grande, mas não é um trabalho de um ou dois chefs, sina de um país. Todos têm que avançar da mesma maneira: os que cultivam as hortaliças, o pescador, o dona-de-casa que guarda a sabedoria e o cozinheiro”, insistiu.

Convidado para demonstrar suas habilidades como mestre de sushi, o japonês Hiroyuki Terada advertiu de que o principal é assegurar a matéria prima fresca na mesa do cozinheiro, algo que em Cuba ainda não é usual, apesar de ter águas ricas em peixes e mariscos e terras férteis para a agricultura.

Terada, muito popular na plataforma de vídeos Youtube e proprietário do restaurante NoVe em Miami (EE.UU), pôs como exemplo o “magnífico polvo e a lagosta” que vê quando visita Havana, onde desfruta muito a oferta dos chamados paladares ou restaurantes privados, líderes no resgate do património culinário cubano.

Estes estabelecimentos têm aumentado após reformas econômicas promovidas pelo presidente cubano, Raúl Castro, e muitas têm começado a incluir em seus menus pratos tradicionais como o caldo ajiaco, o casabe e sobremesas ancestrais, pouco frequentes já nas mesas da ilha.

 “Estou muito entusiasmado pelo futuro. Quero voltar a Cuba a fazer sushi cedo”, assinalou o cozinheiro, que preparou sua Calle 8 roll, o qual, além do arroz e o alga nori usuais desse prato japonês, inclui feijão preto, carne assada e banana maduros fritados numa homenagem à comunidade latina que habita em Miami.

Até faz poucos anos, falar de cozinha e herança culinária estava quase desaprovado em Cuba, que atravessou uma de suas maiores crises económicas na década de 1990, a qual deu um duro golpe e transformou radicalmente o panorama gastronómico do cubano.

No entanto, muito tem mudado desde esses anos, sublinhou o presidente da Federação de Sociedades Culinárias de Cuba, Eddy Fernández, quem considera que a cubana é uma “cozinha diversa, saborosas, à que talvez faltaria fazer notas como variar o cozimento e diminuir a gordura, o sal e o açúcar”.

“Temos estado pesquisando não somente com os cozinheiros sina com outras instituições que contribuem esses estudos para resgatar o património culinário, de maneira que o turismo se veja atraído por nossa gastronomia e fazer que não só vingam pelo sol e a praia. Acho que temos futuro”, concluiu.

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