Ilhéus, universo da literatura de Jorge Amado

28 de Abril de 2016 9:07pm
editor
Ilhéus, universo da literatura de  Jorge Amado

Basta chegar em Ilhéus para entrar no clima de uma das mais importantes fatias da rica literatura brasileira. Para quem já leu o livro Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, ou viu alguma das obras do romance feitas para a TV, só é preciso pisar no Centro histórico para sentir o cheiro ‘daquela Ilhéus antiga’, o ‘cheiro do cacau’, e imaginar a personagem Gabriela andando pelas ruelas do local.

E para que isso aconteça, nada melhor do que entrar de fato no universo do autor, começando o passeio pela Casa de Cultura Jorge Amado, espaço que serviu como residência para ele quando se mudou de Itabuna, onde nasceu, para Ilhéus, ainda junto dos pais. A casa se situa no centro histórico, no espaço conhecido como Quarteirão do Jorge Amado, pois fica perto de vários locais usados pelo escritor para suas obras, como a casa onde viveu o personagem Tonico Bastos.

Aberta para visitação é passeio obrigatório na cidade. O local guarda tesouros como uma máquina de escrever usada por Jorge Amado, que pode ser vista no escritório – com bela vista para a praça – onde ele ficava para se inspirar para seus livros.

Na sala, móveis da época dão charme. A máquina de costura da família, que fazia tamancos de couro, ainda está lá e faz parte do acervo do local. A sala ainda dá espaço para diversas capas de revistas antigas a respeito de Gabriela. Fotos dele com outras personalidades também estão no roteiro. Outra atração fica por conta dos objetos pessoais de Jorge Amado, como suas camisas estampadas e muito coloridas. Algumas gravatas também podem ser vistas, assim como um chapéu e um relógio que eram do escritor.

Como não bastasse todo o conteúdo cultural do local, a construção por si só já seria motivo para a visita. Datada de 1926, a casa foi construída depois que o pai de Jorge Amado, João Amado de Faria, ganhou na loteria. O espaço, um palacete, contém azulejos ingleses, cortinas de jacarandá e mármore carrara.

Centro histórico guarda muitas surpresas

Em pé há 106 anos, o Bar Vesúvio foi local de muitas reuniões entre coronéis de Ilhéus. Era lá que tudo se discutia e se resolvia. Ao lado da igreja de São Sebastião e da Casa de Jorge Amado, o local também serviu de inspiração para Gabriela, Cravo e Canela.

A história do Bar Vesúvio se mistura com a de outro local clássico da cidade, o Bataclan. Construído em 1864, o Bataclan funcionava como cassino e cabaré e era frequentado por coronéis do cacau e por jovens da época, um deles era Jorge Amado.

Vinicius Castelli/ Diário do Grande ABC

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