"Indignados" retornam à Puerta del Sol

26 de Julho de 2011 6:42am
"Indignados" retornam à Puerta del Sol

MADRID - Milhares de manifestantes do grupo "Los Indignados" que protestam contra a crise econômica na Espanha voltaram neste no domingo à praça Puerta del Sol, em Madrid, onde grupos que vieram de várias partes do país se encontraram para um novo protesto. Sete levantes chegaram à praça central onde outros manifestantes fizeram um protesto similar durante três semanas em maio.

Eles se juntaram a muitos outros que vieram da capital, por meio de transportes públicos e além de grupos chegaram a pé.

- Os políticos não nos representam! Não, não, não, eles não nos representam - cantava a multidão que levantava alguns cartazes feitos à mão que diziam: "Não é a crise, é o sistema que está errado".

Alguns manifestantes começaram a sua marcha caminhando durante 34 dias cerca de 650 km desde a cidade de Cádiz, no sudoeste. Fisioterapeutas e massagistas acompanharam os ativistas para ajudar em caso de problemas físicos, por conta do grande esforço de pernas e pés durante a caminhada.

Outros manifestantes mais radicais ficaram completamente nus para chamar a atenção de fotógrafos e jornais para suas revindicações. Em sua maioria homens, eles caminhavam pelas ruas com gritos de protesto, enquanto mulheres mostravam os seios.

Depois de sustentarem a manifestação até o relógio bater meia-noite de sábado, a multidão se dispersou e centenas de manifestantes montaram barracas de camping e sacos de dormir que ficaram espalhados sobre a praça e suas proximidades. A grandes marcha culminou em uma concentração em massa no local. O movimento dos "Indignados" ganhou força e adeptos em toda a Espanha e em outras partes da Europa, onde grupos semelhantes se instalaram.

Neste fim de semana, os manifestantes disseram que o protesto quer mostrar a indignação dos jovens sobre as altas taxas de desemprego e o descontentamento com a liderança política que consideram indiferente, corrupta e inepta.

- Essa é uma manifestação de pessoas muito qualificadas e que não conseguem encontrar um emprego - disse Amanda Taylor, de 24 anos. - Tudo o que queremos é a dignidade de ganhar um salário e ter uma vida digna - afirmou.

Após dois anos de recessão, a Espanha registou uma taxa de desemprego de 21%, a maior da zona do euro, que tem 17 nações, e sofre com uma enorme dívida. O desemprego entre os adultos de 16 a 29 anos é de cerca de 35%.

Alguns participantes das manifestações disseram considerar continuando uma marcha até Bruxelas para chamar a atenção dos cidadãos para o avanço do protesto.

A Espanha também tem um déficit alto e está tentando convencer investidores de que pode gerir a sua dívida e de que não precisa de apoio financeiro, como Grécia, Irlanda e Portugal.

Os manifestantes também planejam eventos na Rua de Alcala e no Parque Del Retiro. Os organizadores esperam que cheguem na cidade de Madrid cerca de 300 veículos com mais "indignados" ao longo da semana.

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