Nova Petrópolis: um dos mais belos cartões-postais do Rio Grande do Sul

11 de Janeiro de 2008 7:05am
godking

Com a "Paz de Ponche Verde", firmada em 1845, cessaram as hostilidades em toda a Província Gaúcha, marcando o término das lutas fratricidas da "Revolução Farroupilha".

Imediatamente foram retomados os grandes projetos de Imigração e Colonização do Império, interrompidos por dez anos no Rio Grande do Sul. A nova legislação permitiu às Províncias e à iniciativa particular investir no setor. Assim o Rio Grande responsabilizou-se por oito colônias provinciais, entre elas: Nova Petrópolis, fundada em 7 de setembro de 1858.

A nova Colônia abrangia um vasto território que excedia dos limites dos rios Caí e Cadeia, avançando até os limites presumíveis das primeiras Estâncias do Campo de Cima da Serra. O nome do projeto foi em homenagem a Sua Majestade D. Pedro II (Nova Petrópolis, ou seja, Nova Cidade de Pedro), mas também uma analogia a "Real Cidade de Petrópolis" do Rio de Janeiro, local de férias da Família Imperial da Corte.

Os imigrantes que chegaram a Nova Petrópolis desde 1858 eram na maior parte oriundos dos "Estados Alemães": pomeranos, saxões, renanos e boêmios do Império Austro-Húngaro. Além disto, alguns franceses das regiões limítrofes franco-germânicas, holandeses, belgas, poloneses, russos e até irlandeses e escoceses que haviam fugido dos Estados Unidos devido à Guerra da Secessão.

Estes Imigrantes, apesar de sua heterogeneidade, conseguiram iniciar um processo cultural específico da região, com a interação dos elementos culturais importados e os encontrados na região, vindos dos "tropeiros" que desciam dos Campos de Cima da Serra com suas manadas, rumo aos mercados urbanos.

A falta de escolas obrigou os imigrantes a criar sua estrutura educacional própria, onde o ensino era ministrado por elementos escolhidos pelos próprios colonos e em língua alemã. As mesmas estruturas surgiram na organização religiosa, sociedades, etc., adotando uma sistemática em tudo semelhante ao que haviam deixado na velha Pátria.

Estabelecidas as grandes metas para o desenvolvimento do Município, as bases agrícolas receberam grandes investimentos de infra-estrutura, destacando-se a implantação de um novo cooperativismo, no exemplo da Cooperativa Agropecuária Piá. Os minifundiários que se modernizaram deixaram de ser improdutivos, num exemplo raro no Brasil. O desenvolvimento industrial intensificou-se com o deslocamento de indústrias para a zona rural, aproveitando os excedentes na mão-de-obra.

Com o resgate das origens históricas do Município, houve um grande incremento na vida cultural, especialmente no folclore. O movimento turístico intensificou-se gradativamente, assumindo o aspecto de turismo cultural. Expandiram-se com isso as malharias, artesanato, hotéis, restaurantes e cafés coloniais. Hoje o Município se encontra em posição invejável, tanto no plano sócio-cultural como econômico.

Atualmente Nova Petrópolis faz limite com os municípios de Vale Real, Feliz, Linha Nova, Picada Café, Santa Maria do Herval, Gramado e Caxias do Sul.

O potencial turístico, aliado à herança histórica e cultural dos imigrantes alemães, origina diversos eventos. A Magia da Páscoa, na Semana Santa; o Festimalha, em maio; o Festival de Folclore, em agosto; a Feira do Livro, em outubro; e o Natal em Cores, em dezembro, são alguns dos destaques na programação anual do município. O Agroshow e a Mostra Quem Faz o Quê demonstram a força econômica de Nova Petrópolis dando ênfase à agricultura familiar, às indústrias e à excelência de serviços do Município.

Além disso, a cidade oferece exposições de Orquídeas e Pássaros; eventos radicais como Corridas de Aventura, Down Hill e Vôo Livre; os tradicionais Kerbs nas sociedades de interior; festas típicas com direito a Tiro ao Alvo e jogos de Bolão; eventos tradicionalistas e muito mais.

Pontos turísticos como o Parque Aldeia do Imigrante, a Praça das Flores, a Torre de Informações Turísticas, o Ninho das Águias e o Roteiro de Turismo Rural Alemães do Sul retratam a história do município e acolhem turistas com a hospitalidade característica da cidade.

O cenário europeu encanta quem passeia pelo centro do município. No interior de Nova Petrópolis encontram-se as Casas Enxaimel, uma arquitetura que reconta a história desta cidade colonizada por imigrantes alemães.

Estas construções, estruturadas em madeira e preenchidas com barro, sofreram adequações com o passar dos anos, mas resistiram aos tempos e mantêm viva esta identidade cultural.

As belezas naturais, a hospitalidade do povo, as relíquias culturais, a diversidade de eventos e a prosperidade tornam Nova Petrópolis um dos mais belos cartões-postais do Estado e um destino romântico, excelente e acolhedor durante o ano inteiro.

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