Oferta de lugares em navios de cruzeiro no Brasil cresce 74% nesta temporada

16 de Novembro de 2009 12:50pm
godking

A oferta de leitos nos navios que fazem cruzeiros no litoral brasileiro aumentará de 520 mil para 907 mil na temporada 2009/2010 em relação à anterior, o que representa aumento de 74%.

"Poucos segmentos apresentam um crescimento tão fantástico no Brasil quanto o de cruzeiros. É uma área que possui alta rentabilidade, está em fase inicial e tem muitas oportunidades pela frente", disse Rodolfo Szabo, diretor marítimo da CVC Turismo, nesta segunda-feira (16/11) no comitê de Viagens & Negócios da Amcham-São Paulo.

Adrian Ursilli, diretor comercial da MSC Cruzeiros, destacou no encontro a tendência de popularização dos cruzeiros, que tem estimulado investimentos das companhias. O boom é explicado pela oferta de minicruzeiros - de três a quatro dias de viagens - com um ticket médio de cerca de R$ 1 mil por pessoa.

Os representantes das empresas ressaltaram ainda que, nos últimos anos, as
temporadas vêm sendo paulatinamente ampliadas e, atualmente, vão de outubro a maio.

A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 movimentarão ainda mais o mercado.

Segundo os executivos, as embarcações devem reforçar a hotelaria. "Os navios podem ficar atracados nos portos servindo de apoio. É um complemento importante, como ocorreu nas Olimpíadas de Atenas em 2004", disse Szabo, da CVC.

De acordo com projeções do setor, nos próximos cinco a dez anos, o número de hóspedes nos navios que operam no Brasil poderá chegar a até 2 milhões.

Benefícios e desafios

Os diretores da CVC e da MSC citaram diversos benefícios da ascensão dos cruzeiros.

Na temporada de 2008/2009, por exemplo, o segmento teve um faturamento de US$ 340 milhões, recolheu US$ 34 milhões de impostos e pagou US$ 37 milhões de comissões para agentes de viagens, além de ter gerado 6 mil empregos diretos e 32 mil indiretos.

Eles enfatizaram também o incremento das economias das cidades de destino. Cada turista gasta de US$ 80 a US$ 100 por dia e os tripulantes, cerca de US$ 50.

Apesar de todo o potencial do segmento, há alguns desafios a serem superados. O primeiro deles refere-se à infraestrutura portuária. "Há necessidade de mais investimentos. Cidades maravilhosas como Porto Seguro (Bahia) e Florianópolis (Santa Catarina) não têm portos nem píeres adequados", comentou Szabo. Hoje, 90% dos embarques e desembarques estão concentrados no Porto de Santos (São Paulo).

Outro problema que precisa ser resolvido, conforme os diretores das companhias, é a falta de um marco regulatório específico para o segmento. Há muita dificuldade no adequamento às mudanças constantes nas regras tributárias e trabalhistas incidentes sobre a área.

Fonte: Amcham (Câmara Americana de Comércio)

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