Pólo Médico coloca Recife no centro das atenções
O Recife tem o segundo maior Pólo Médico do Brasil. A capital pernambucana possui mais de 400 hospitais, aproximadamente oito mil leitos e emprega uma média de 200 mil pessoas ao ano. Essa estrutura, aliada às clínicas médicas, laboratórios e centros diagnósticos, é mantida como referência por cerca de 800 mil usuários de planos e seguros de saúde, além de pacientes estrangeiros. Por ser um pólo médico, Pernambuco torna-se conseqüentemente um excelente local para a realização de grandes eventos médicos.
Entre os congressos médicos realizados no Estado, pode-se citar o Brasileiro de Cirurgia Plástica, que trouxe mais de cinco mil pessoas, o de Hematologia Pediátrica, o de Endocrinologia e Metabologia, o Brasileiro de Cardiologia, o Brasileiro de Pediatria e o de Perícias Médicas. Os eventos médicos garantem uma ocupação média de 18 dias na hotelaria de Recife e Região Metropolitana. Todos foram captados e apoiados pelo Recife Convention & Visitors Bureau.
Para os próximos anos estão previstos muitos outros congressos inclusive estrangeiros. Em 2008, acontecem o 13° Congresso Panamericano de Flebologia e Linfologia e o Congresso da Federação Latino Americana de Odontologia, ambos para mil participantes. No ano seguinte é a vez do III Congresso Latino Americano de Neurocirurgia Pediátrica para 500 participantes. Já em 2010, a grande expectativa é para o 31° Congresso Internacional de Dermatologia. E ainda tem congresso marcado para 2011. É o II Econtro da Federação Mundial de Neurocirurgia.
Os analistas econômicos enxergam essa grande concentração de serviços como um dos fatores responsáveis pela onda de desenvolvimento de Pernambuco. O conjunto médico-hospitalar, que vem sendo erguido há três décadas pela iniciativa privada, é um cluster que movimenta quase R$ 220 milhões por ano. Conforme dados da Secretaria da Fazenda de Pernambuco, o setor de serviços em geral representa cerca de 70% do PIB estadual, onde 15% provêm da prestação de serviços médicos. Sob a ótica dos pesquisadores, esse rendimento está vinculado à tradição pernambucana no ensino e exercício da medicina com qualidade.
O Sindicato dos Hospitais de Pernambuco (Sindhosp) embasa toda essa discussão. Segundo a entidade, os números de transplantes, intervenções cirúrgicas especializadas, cirurgias à distância (telemedicina), treinamentos sistemáticos de profissionais, entre outras práticas, crescem cada vez mais na cidade, projetando internacionalmente o pólo médico, com destaque para as especialidades de cardiologia, patologia clínica, oftalmologia e hepatologia.
Estudos apontam que o pólo médico concentra cerca de 15% da demanda por serviços de saúde de outros Estados nordestinos, gerando mais empregos que o próprio setor turístico. É no Pólo Médico recifense que se encontram as mais tradicionais unidades hospitalares do Norte/Nordeste. O mais antigo hospital nordestino, o Real Hospital Português de Beneficência, fundado em 1855 pelo médico português e então presidente do Gabinete Português de Leitura, José de Almeida Soares Lima Bastos, até hoje é referência no mercado. Além dele, há também os empreendimentos mais recentes.
Há 17 anos, o complexo Memorial São José oferece aos pacientes uma gama de serviços especializados, em que as equipes multidisciplinares merecem destaque. Com uma infra-estrutura de seis prédios com heliponto e helicóptero próprio, 120 leitos de alto conforto, urgência multidisciplinar e pediátrica, além de UTIs adulto, pediátrica e neonatal, o hospital é o primeiro no Brasil a possuir o selo ISO 9001:2000 em enfermagem e um dos precursores na região a exportar técnicas, procedimentos e tratamentos para outros países.
Graças ao seu Pólo Médico, Recife dispõe de mais aparelhos de tomografia computadorizada do que países como o Canadá ou a França. De acordo com o médico radiologista, Leonel Campos, um dos diretores da Maximagem, os profissionais buscam o intercâmbio de informações. "Muitos colegas nos procuram a fim de conhecer os benefícios das máquinas e o funcionamento das mesmas, porém, o que muitos fazem questão de ressaltar é importância de se conhecer Recife como um dos pivôs da gestão de saúde no Brasil", conclui.
