Portugal: encerramento de empresas da hotelaria e restauração pode disparar rapidamente

26 de Maio de 2010 11:49am
godking

"Sem medidas anti-crise, o encerramento de empresas do setor vai disparar rapidamente pelo que é urgente que o Governo promova, com clareza, novas medidas de apoio à economia, para que a recessão não se instale de forma incontrolável", diz um comunicado da AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal.

Diante do aumento do IVA, a AHRESP está a promover o esclarecimento detalhado da proposta legislativa em que se destacam novos encargos fiscais, e a intervir na Assembleia da República, para que as suas empresas, já depauperadas, possam promover a sustentabilidade e a manutenção dos postos de trabalho.

Segundo a fonte, as suas micro, pequenas e médias empresas tinham uma rentabilidade mínima, antes da instalação endêmica da crise.

"A maioria das nossas empresas não aumentará os preços de venda, antes pelo contrário, e sustentarão o aumento do IVA de 12 para 13% (5% superior a Espanha). Igualmente, sustentarão o outro aumento de mais 1% do IVA na aquisição de produtos e serviços, para além dos aumentos dos custos fixos, com percentagens muito superiores, como energias, água, combustíveis, taxas municipais, e de muitos outros custos de contexto, como certificação energética, formação profissional, medicina do trabalho, higiene e segurança alimentar, etc. etc.", diz o comunicado da associação.

Para a AHRESP é inaceitável o desrespeito pelas regras do jogo, em que as suas empresas tinham entrado, confiando na palavra dos representantes legais do estado português, que decidiu eliminar, antecipadamente, de forma intempestiva, e sem pré-aviso, as medidas anti-crise, nomeadamente, a redução de 3 pontos percentuais da taxa contributiva às micro e pequenas empresas, a redução de 1 ponto percentual da taxa contributiva para trabalhadores que aufiram a remuneração mínima mensal garantida, o apoio à contratação de jovens, desempregados e públicos específicos, o apoio à contratação sem termo de ex-estagiários, o apoio à redução da precariedade no emprego, o apoio à contratação a termo de desempregados com mais de 40 anos, o Programa Estágios Profissionais e o Programa Qualificação-Emprego.

De acordo com Manuel Pereira Gonçalves, presidente da AHRESP, "em 2009 houve 10 mil empresas encerradas e perda de 10 mil postos de trabalho e a situação em 2010 não vai ser melhor".

O responsável aponta o dedo ao Governo, que acusa de não ouvir os pedidos de ajuda do setor. "Os estabelecimentos da hotelaria e restauração caminham para o abismo", alerta Manuel Pereira Gonçalves.

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