Presidente Moreno do BID destaca solidez das economias latino-americanas e caribenhas
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou um número recorde de 170 projetos em 2010, em um total estimado de US$ 12,9 bilhões, continuando a ampliar seus esforços para ajudar a América Latina e o Caribe a combater a pobreza e a desigualdade e promover o crescimento sustentável.
Em 2009, foram 165 projetos, em um total de US$ 15,9 bilhões, quando o BID expandiu seus empréstimos em vista da crise financeira global. Os países da região em geral tiveram boa recuperação durante 2010, com a porcentagem de pessoas abaixo da linha de pobreza tendo caído para 31,9% da população, em comparação com 33,1% no ano anterior e 44% em 2002. No entanto, 180 milhões de latino-americanos e caribenhos ainda são considerados pobres.
Cerca de um terço dos empréstimos aprovados pelo BID em 2010 foram para as 19 menores economias da região.
O desempenho do BID em 2010 reflete um forte aumento da demanda de seus países membros mutuários na última década. As aprovações anuais médias subiram de US$ 6,2 bilhões em 2001-2005 para quase US$ 11 bilhões em 2006-2010.
Até o fim do ano fiscal, o BID espera desembolsar por volta de US$ 10,9 bilhões. Embora esse número também esteja abaixo dos desembolsos de 2009, que constituíram uma situação de exceção, os desembolsos mantêm a tendência de crescimento em relação aos níveis pré-crise. No geral, o fluxo líquido de empréstimos para a região atingirá por volta de US$ 4,7 bilhões em 2010, com os países mais pobres tendo recebido estimados US$ 1,9 bilhão em desembolsos.
As aprovações de cooperações técnicas não-reembolsáveis também continuaram a crescer no ultimo ano, totalizando cerca de US$ 512 milhões, ou 41% mais que em 2009.
Em seu relatório de final de ano para a Diretoria Executiva do Banco, o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, destacou que, apesar da devastação causada pelos terremotos no Haiti e no Chile e de outros desastres naturais que atingiram Guatemala, Colômbia, Equador, Venezuela e Brasil, a região, de modo geral, conseguiu superar os efeitos da crise financeira.
“No final de 2010, as projeções de crescimento para a América Latina e o Caribe são melhores que para as economias desenvolvidas”, disse Moreno no relatório. “As instituições financeiras, monetárias e fiscais são muito mais sólidas do que duas décadas atrás. Os recursos naturais em demanda no mundo todo são abundantes em nossa região e as políticas sociais deram grandes passos com o uso de ferramentas cada vez mais eficazes.”
Moreno também destacou a crescente solidez das instituições políticas e fiscais na região. “O cenário das políticas econômicas na região revela governos de diferentes matizes que adotaram políticas macroeconômicas efetivas de uma maneira muito pragmática”, comentou Moreno. Acrescentou, porém, que, apesar dessas conquistas, a América Latina e o Caribe precisam lidar com inúmeros obstáculos ao desenvolvimento em áreas que incluem igualdade social, educação, produtividade, integração, segurança alimentar e adaptação à mudança climática.
Ele agradeceu aos Governadores do Banco por aprovarem um aumento histórico de capital mais no início deste ano que permitirá ao BID ajudar melhor os governos membros nessas áreas. “O Banco tem agora um tamanho consistente com as necessidades de desenvolvimento de nossos países membros, uma governança que assegura o uso eficiente dos recursos dos contribuidores, maior capacidade de atender as necessidades dos setores mais pobres e as ferramentas certas para lidar com as dificuldades da região”, disse Moreno.
De acordo com os termos do aumento de capital aprovado pelos Governadores do BID em Cancún, no México, em março passado, o capital autorizado do Banco aumentará de US$ 101 bilhões para US$ 171 bilhões ao longo dos próximos cinco anos.
O presidente Moreno ressaltou também a resposta do BID às necessidades do Haiti depois do terremoto de janeiro. Além de cancelar a dívida do Haiti com o Fundo para Operações Especiais do Banco, no total de US$ 484 milhões, o BID aprovou US$ 251 milhões em novas doações para o país e espera desembolsar US$ 176 milhões até o fim do ano fiscal. Esses recursos serão destinados a programas essenciais em educação, transporte, energia, finanças e água e saneamento.
“Olhando à frente, temos uma agenda intensa e uma grande responsabilidade na região”, disse Moreno. “Assumimos o compromisso de ampliar o apoio aos países menos desenvolvidos e de oferecer um apoio excepcional ao Haiti.”
Para os próximos anos, Moreno afirmou que o BID também estabelecerá metas ambiciosas para apoiar a redução da pobreza e da desigualdade, adaptação à mudança climática, sustentabilidade ambiental, energia renovável, integração regional, produtividade e competitividade do setor privado e cidades sustentáveis.