Primeira fase de mega porto de Mariel insere-se em rede portuária regional

Os presidentes do Brasil e Cuba, Dilma Rousseff e Raúl Castro, deixaram inaugurada na segunda-feira 27 a primeira fase do megaporto de Mariel, a 45 quilômetros ao oeste de Havana, em um ato ao que assistiram vários dos mandatários que desde esta terça-feira 28 participam na II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC).

O governo do Brasil financiou a primeira etapa deste projeto conjunto, a maior obra de infraestrutura realizada nos últimos tempos em Cuba, e contribuirá com outros 290 milhões de dólares para pôr em marcha, em uma segunda fase, uma zona franca comercial e industrial como parte da Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel (ZEDM).

Ao falar no ato de inauguração, Rousseff declarou que seu país quer ser um "aliado econômico de primeira ordem para Cuba”.

"Brasil crê e aposta no potencial humano e econômico de Cuba", disse o mandatário brasileira, que reconheceu o mérito de Cuba ao gerar um dos três primeiros volumes comerciais do Caribe apesar do bloqueio estadunidense.

Destacou que o de Mariel é “o primeiro porto terminal de contêiners do Caribe com capacidade para integrar à corrente logística interoceánica", e precisou que terá 18 metros de calado e poderá manejar entre 800 mil e um milhão de contêiners ao ano, além de receber aos grandes navios conhecidos como Pos-Panamac, cujo tráfico na região deve aumentar uma vez entre em operações a ampliação do Canal do Panamá.

O presidente cubano, enquanto, agradeceu a Rousseff o apoio brindado a Cuba no projeto de Mariel e disse que, depois do final da primeira fase, se impõe seguir trabalhando na infraestrutura ferroviária para elevar a eficiência das operações. Desde este momento, disse, o Terminal de Contêiners de Mariel “insere-se no sistema portuário cubano e latinoamericano”.

Ao respecto, destacou que o Terminal, que será manejada por um dos maiores operadores portuários do mundo, “será a principal porta do comércio exterior cubano e sua localização geográfica na rota dos principais fluxos de transportação marítima em nosso hemisfério, propiciará que se consolide sua posição como uma plataforma logística de primeira ordem a nível regional”.

Depois do final da fase inicial, os primeiros 702 metros do porto de Mariel e quatro enormes grúas para contêiners já estão operando no porto, que absorverá mais adiante todo o tráfico de ônus de Havana, cuja baía ficará reservada para atividades turísticas.

O primeiro megaporto da cuenca do Caribe, estará anexo à nova zona franca de Mariel, de 45,8 km2, um encrave que, segundo os planos de Cuba, estará dedicado a empreendimentos de alta tecnologia para produtos agroindustriais, biotecnológicos e inclusive informáticos, destinados ao mercado cubano e o re-exportação, com uma série de incentivos fiscais e a garantia de que os investimentos não poderão ser expropiados.