Veleiros de Charter: sensações e experiências singulares

11 de Fevereiro de 2008 8:23pm
godking

Uma nova forma de fazer turismo está chegando nas costas brasileiras, o charter em veleiro, da Latitude Companhia de Charter. Não é simplesmente uma locação de uma embarcação, mas uma experiência personalizada no sentido da palavra.

Para tanto, dias antes da viagem, os clientes respondem a um questionário indicando as preferências de passeios - se apreciam mergulhos, lugares calmos ou points - a pesquisa também inclui preferências de alimentação e bebidas. Assim, a equipe da Latitude desenvolve uma programação especial, permitindo que o cliente possa, inclusive, escolher a emoção que será vivenciada: aventura, tranqüilidade, êxtase ou um pouco de cada um.

Soma-se a isso que a embarcação estará preparada para ser o veleiro do convidado durante os dias do passeio. Com uma vantagem: o cliente não precisa se preocupar com a compra de alimentos, preparo das refeições, verificação da embarcação ou contratação da tripulação.

Roteiros nada comuns

Há um ano, a Latitude Companhia de Charter presenteia seus convidados, como o sócio-fundador, Hélio Magalhães, gosta de chamar os clientes, com roteiros nada comuns. A empresa tem como filosofia e missão tornar a estada de quem faz um charter, uma experiência única.

As águas encantadoras de Paraty e Angra dos Reis são o cenário dessa viagem, que ganha o tom de quem vai viajar. Mas também é possível contratar o charter em outra localidade, basta combinar com a empresa. O convidado define, juntamente com o comandante, o roteiro que irá fazer, escolhe a rota e determina o ritmo da viagem.

O charter permite liberdade para quem faz: é possível escolher entre caminhadas em praias desertas ou trilhas ecológicas, mergulhos em águas cristalinas, passeio a noites badaladas do litoral, jantar romântico no barco ou férias distantes de lugares comuns. É possível, inclusive, ensaiar algumas velejadas. O cliente inexperiente pode, se quiser, receber aulas de como velejar. Já para quem veleja, é possível dar a direção do passeio.

O roteiro pré-definido não impede que o cliente mude os planos e resolva, por exemplo, dar uma esticada para uma praia deserta ou simplesmente zarpar para outro destino. O comandante orienta o viajante sobre as condições do mar, a direção do vento e a previsão do clima para que a melhor decisão seja escolhida.

Toda embarcação da Latitude tem como tripulação um comandante e uma chef de cozinha. É o diferencial da companhia.

Os barcos possuem equipamentos de mergulho livre (apnéia), de pesca e um bote de apoio com motor de popa, que podem ser utilizados em excursões de exploração dos lugares próximos às ancoragens, sem custos adicionais.

A frota é composta por quatro embarcações diferentes: Bahia 46, Bruce Roberts 45, German Frers 36 e Hallberg Frers 36.

A Latitude tem base na Marina 188, a 3 km de Paraty, em direção a São Paulo. De lá é possível definir o roteiro que melhor atende ao interesse do velejador. O roteiro ideal é de uma semana, sete dias e sete noites, incluindo uma noite de adaptação com a embarcação atracada na Marina para os velejadores iniciantes. Mas é possível fazer roteiros de três dias para quem queira apenas sentir o gostinho das maravilhas do mar.

A empresa desenvolve pacotes especiais para datas comemorativas como lua-de-mel, Natal, Revéillon, Carnaval, além de passeios empresariais e regatas oceânicas. O cliente que optar, também conta com serviços extras como traslado terrestre e aéreo e, pode adquirir um book fotográfico da viagem e da região visitada.

Latitude Companhia de Charter

A Latitude nasceu a partir de pesquisas e levantamentos para os Guias da Costa Brasileira, e da experiência adquirida no trabalho de transporte profissional de barcos, do seu sócio fundador, Hélio Magalhães.

Comandante Hélio Magalhães

O velejador Hélio Magalhães navega desde criança. Aos 13 anos ganhou sua primeira embarcação, uma jangada típica da praia do Poço, na Paraíba. Foi nela que aprendeu, com os mestres pescadores da região, a desvendar os primeiros mistérios da navegação. É também autor de dois guias náuticos sobre a costa brasileira, "De Ilhéus a Morro de São Paulo" e "Baía de Todos os Santos", e agora planeja publicar um ensaio fotográfico dos mais belos lugares que já conheceu.

Dentre os lugares que conhece, em primeiro lugar está o Brasil. "No Brasil você usa o barco durante o ano inteiro. A maioria dos dias são favoráveis para viajar". Apesar de ter iniciado sua trajetória "de dentro para fora", Hélio já navegou praticamente por todo o Oceano Atlântico.

O Atol das Rocas, em Fernando de Noronha, é o seu lugar preferido. A palavra "atol" quer dizer "formação de recifes de coral em forma de anel", e "rocas" é um termo proveniente do espanhol, que significa rochas. Dentre tantos lugares que poderia escolher, não é à toa que este santuário de recifes é tido como especial aos olhos de um conhecedor do mundo como Hélio Magalhães.

"O mar deve ser respeitado, porém nunca ser tido como inimigo". Essa é uma das frases de Hélio Magalhães. "Atualmente a tecnologia oferece capacidade suficiente para que possamos prever o que irá acontecer. Podemos nos preparar para enfrentar o desconhecido com os recursos que o barco possui. Não há perigo, não no mar", defende Hélio.

Ao contrário do que muitos imaginam, a vida no mar é muito mais segura do que a vida em terra. "Nas cidades as pessoas convivem com bala perdida, assaltos, trânsito, poluição e barulho. No mar é outra história, a qualidade de vida é superior a qualquer cidade", compara.

Hélio conta que um barco grande nem sempre é um barco seguro. Segundo ele, por diversas vezes durante tempestades, seu barco assemelha-se a uma bola de isopor flutuando em meio à agitação das águas. "A maneira como um barco foi projetado é o que determina a sua capacidade de flutuação", explica. Em maio de 2004, ao sair de Porto Alegre a Ilhabela para trazer o Azular, barco que hoje faz parte da frotilha da Latitude, Hélio conta que navegou com ventos na velocidade de 100km/h, conseqüência da passagem de um tornado formado pelas frentes-frias ao se encontrarem com anticiclone. "Pegamos o furacão ainda em formação, a 100 milhas da costa (o equivalente a 180km). Sobrevivi somente porque soubemos a hora certa de irmos embora. Um grupo de pescadores nos acompanhou em outro barco durante o trajeto mais turbulento".

Hélio compartilha um pouco de seu conhecimento vivenciado através de seus dois livros sobre roteiros náuticos da costa brasileira. O livro funciona como um guia para embarcações de pequeno porte, contemplando áreas para navegação, esporte, cultura, restaurantes e transporte, sob um ponto de vista de quem tem "água nos olhos", como ele diz, água do mar.

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