IAG assegura contar com capacidade financeira para sortear a crise

24 de Agosto de 2020 5:52pm
Redação Caribbean News Digital Portugues
IAG

Dantes da crise da COVID-19, British Airways "era uma empresa em crescimento, rentável, com sólido balanço, e uma posição de mercado privilegiada", segundo explica o economista Íñigo Puell em um relatório. 

Segundo assinala, a aerolínea já era "altamente rentável em 2019 com o número atual de empregados, principalmente devido às lucrativas faixas horárias em Heathrow e Gatwick", que a converteram em a principal aerolínea de Reino Unido e a terça a nível mundial.

O economista explica que British Airways "tem liquidez suficiente para fazer frente a esta crise em médio prazo" e que ademais, por seu tamanho, "tem fácil acesso a financiamento de investidores, mercados de dívida e ações em caso que o precisem". British Airways experimentou "um crescimento de ao redor de dois terços" em seus rendimentos entre 2010 e 2019. O benefício operativo de 2019 foi, segundo Puell, "impressionante", de 960 milhões de euros.

O relatório sublinha que BA distribuiu um total de 1.276 milhões de euros a IAG durante 2018 e 2019. Por sua vez, IAG distribuiu 1.934,9 milhões de euros em dividendos e recompras a seus acionistas, para os que é um negócio rentável apesar de não o ser em 2020. De fato, os ganhos de British Airways são mais altas que as de rivais como Lufthansa e Air France-KLM. BA é líder de mercado e quando supere a crise, inclusive sem demissões, voltará ao ser.

Puell indica que British Airways é solvente, com umas reservas e depósitos de efetivo de 2.860 milhões de euros e um capital social de 6.380 milhões em 2019, quando a liquidez permitia cobrir as despesas durante 7 meses e meio. Os dados do primeiro semestre de 2020 indicam que a aerolínea "dispõe de um fundo de comércio de 2.730 milhões de euros, 2,5 vezes a despesa sofrida durante a primeira parte da pandemia".

A análise sugere ademais que o 55% do total de perdas de British Airways durante o segundo semestre de 2019 pertence a partidas de combustível, fruto de um mau gerenciamento. O economista considera inapropiado que a mão de obra tenha que pagar pelo mau gerenciamento de IAG sobre os contratos de combustível e acha que devem financiar a dívida.

British Airways tem 8.000 milhões de euros de efetivo para enfrentar a crise mas, ademais, IAG tem acedido a 330 milhões de euros da Linha de Financiamento Corporativa de Coronavirus do Reino Unido e a 1010 milhões de crédito com garantia do Instituto de Crédito Oficial (ICO) em Espanha. Puell pergunta-se como é possível que se empreendam reestruturações importantes propondo demissões com dinheiro público ante uma crise passageira.

Puell recorda que, ademais, IAG solicitará uma ampliação de capital de 2.000 milhões de euros em sua junta de acionistas de setembro, à que irão seus acionistas cataríes. Sobre a proposta de compra de Air Europa por IAG, o relatório aponta que "não tem nenhum sentido porque IAG incrementa o risco ao adquirir uma entidade com problemas financeiros sérios e põe em perigo as operações de BA em os slots mais rentáveis de Heathrow e Gatwick, com uma valoração de ao redor de 830,5 milhões de euros".

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