Natureza em Cuba: Respirar a “Topes de Collantes”

09 de Novembro de 2021 6:52am
Redação Caribbean News Digital Portugues
Topes de Collantes (23)

Por Rolando Pujol

Fotos do próprio autor

Após meses de encerro produto da pandemia, precisamos respirar física e espiritualmente. Poder fazê-lo a todo o pulmão, em contacto íntimo com a natureza é o bondoso presente que nos oferece Topes de Collantes, um porto de montanha, enclavado na Serra do Escambray, na província de Sancti Spíritus.

Declarado como Património da Humanidade em 1988 e Paisagem Natural Protegido, o Parque Nacional Topes de Collantes, abarca uma imensa extensão de território de 110 Km², onde sobresalen bicos com mais de 800 metros de altitude. O clima do lugar é uma bênção, pois a temperatura média, por efeitos da altura não ultrapassa os 25 graus centígrados durante quase todo o ano, algo mais frio no benévolo inverno tropical, o qual favorece as actividades ao ar livre.

Ainda que não são parte da flora autóctona do Escambray, portentosos eucaliptos, impressionam ao visitante que sente como é invadido pelas esencias prístinas do ar, purificado por suas folhas. Coníferas aclimatadas desde era-a das Glaciações e diversas espécies de helechos arborescentes, colmam de verdes com disímiles tonalidades, a paisagem dos arredores, onde harmonizam com a floresta as edificações do complexo hoteleiro e as moradias dos montañeses, consagrados à lida agroforestal.

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Os hotéis, construídos entre as árvores, dispensam um ambiente distendido para seus hóspedes, o que se conjuga com um variado programa de actividades recreativas e excursões, que incluem caminatas, por caminhos que levam até lugares ocultos e alucinantes no meio das montanhas, salpicados pelo orvalho dos saltos de água e os mananciais, que correm sobre as pedras de basalto azul.

Em Topes de Collantes, os bosques abrigam todo o ano, a boa parte das 300 espécies de aves existentes em Cuba, como o tocororo, os tomeguines, zunzunes, carpinteros, cartacubas, arrieros e cateyes de colorido plumaje. Também alojan a sinsontes e zorzales, conceituados como os “cantores líricos” do monte. Os ninhos abandonados dos carpinteros, cobijan a outras aves, como as cotorras e tocororos, facilitando sua reprodução.

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As frutas e as viandas dão-se bem no vergel montanhoso de Topes de Collantes, mas sobretudo o café, herdeiro de uma tradição de quase três séculos. O bom café arábigo, prospera nas montanhas com o toque delicado da mão do cosechero e os mimos da natureza. Desfrutar do cálido sorbo do néctar divino, junto à plantação, escutar os trinos das aves sem dono e respirar a topo, em Topes de Collantes, é algo que devemos incluir em nossa bitácora de viagens por Cuba.

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