Alejandro Rubín Carballo, diretor geral da Expourense e da feira Termatalia
Termatalia é uma das mais importantes feiras internacionais de turismo da Espanha e a única especializada em termalismo, talassoterapia e Spa. A próxima edição do evento ocorrerá de 16 a 18 de outubro na cidade de Ourense, Galiza, com representações de 25 países de 3 continentes.
Quais as expectativas da organização da feira nesses tempos de crise?
Esse segmento do turismo de saúde é um dos poucos que apresenta crescimento e acreditamos que tem inda mais possibilidades, principalmente na Espanha. O evento é um termômetro do que está acontecendo. Vamos ter 25 países nesta edição e isso significa que mantemos o número do ano anterior.
Uma boa parte dos países participantes são do Leste Europeu...
Exatamente. Os países que entraram recentemente na Comunidade Europeia vão ter uma boa capacidade de investimentos. Muitos têm águas medicinais e vão modernizar suas instalações, de maneira que temos bastantes possibilidade na área dos fornecedores de bens de saúde.
Esses países estão modernizando sua infra-estrutura de transporte rodoviário, ferroviário e aéreo, e isso vai gerar mais turismo e mais crescimento do setor.
A feira vai ser unicamente de turismo de saúde?
Não, porque o turista que viaja para um tratamento termal e passa 3 ou 4 horas nessas instalações, depois quer sair e ver outras coisas e é necessário disponibilizar outros serviços turísticos, o que vai ter muita influência na decisão de visitar as estações termais.
Também está a parte dos equipamentos e sua comercialização e isso tem um espaço na feira.
Qual a participação latino-americana no evento?
Temos a incorporação do México e do Chile, mantemos a Argentina, o Brasil e Uruguai, e aumenta a presença do Peru. Os grandes países com águas mineromedicinais vão estar na feira. Em geral esses países têm parques aquáticos, mas não têm balneários com o equipamento necessário nem a cultura de utilizacão desses espaços e é isso que eles querem ver aqui.
E os Estados Unidos?
No ano passado veio o principal consultor de Spa dos Estados Unidos, mas agora não temos expositores nem operadores norte-americanos. Acontece que eles não têm um mercado forte de termalismo nem de turismos saúde. Têm muitos Spas, mas com água comum. Eles não têm uma diferenciação do produto. Além disso, quem viaja para Nova York ou para Miami não vai pensando nas águas termais dessas cidades.
No entanto nesta edição convidaram a cidade de Budapeste...
É uma referência. A primeira cidade do mundo na utilização de águas mineromedicinais na própria cidade. Ourense é a segunda. Eles utilizam todas as águas, mas a gente apenas uma parte.
Mas Ourense tem mais diversidade...
Temos muitas fontes ao longo do rio Minho com temperaturas de 40, 50 e até 60 graus. Eu venho dos Açores e ali há zonas vulcânicas com água em ebulição, mas aqui não. É muito melhor aqui.
Há eventos científicos no programa?
Neste ano temos o congresso da Sociedade Espanhola de Hidrologia Médica, de modo que vamos ter aqui os médicos que estão nos balneários.
O presidente da Sociedade falava do envelhecimento da população local. É um dado muito interessante...
Os clientes principais são as pessoas idosas e a esperança de vida continua a aumentar, de modo que essas pessoas vão ser as principais beneficiadas com as águas mineromedicinais e com os programas das comunidades autônomas nesse sentido.
Quais devem ser as repercussões da Termatalia no desenvolvimento econômico da região?
Ourense e Catalunha são as duas comunidades autônomas com maior potencial termal. Ficou demonstrado que o turismo cresce. As nossas belas paisagens, a excelente gastronomia e os nossos monumentos, sem dúvida devem reforçar a condição da Galiza como destino turístico.