Ana Larrañaga, diretora da Fitur, explica evolução do evento
Três décadas após sua primeira edição, a Fitur é hoje um ponto de encontro indispensável para a indústria turística mundial. A Caribbean News Digital conversou com a sua diretora, Ana Larrañaga, acerca das conquistas e perspectivas do evento.
Quais as mudanças mais significativas da Fitur na sua evolução nessas três décadas?
É uma pergunta interessante e a resposta é ampla, mas vou tentar resumir. As principais mudanças sempre ocorreram de acordo com a demanda do setor turístico porque a feira nasceu para o setor. Assim, tentamos - e acho que conseguimos - adaptar o evento às necessidades da indústria. A evolução foi permanente desde o início, na época em que a Fitur priorizava o público. Atualmente os profissionais têm maior relevância, ainda que não esqueçamos o público, que é o consumidor final do produto turístico.
Nessas três décadas a Fitur teve um grande crescimento, passando de 1.500 empresas de 37 países na primeira edição para 12 mil empresas de 170 países em 2010, e esperamos receber mais de 100 mil visitantes profissionais.
Quais as novidades desse ano?
Principalmente a Fitur Green e a Investur. O projeto Fitur Green está ligado à sustentabilidade e ao equilíbrio ambiental no turismo e tenta criar consciência na indústria quanto à utilização eficiente da energia.
Já o foro Investur pretende promover contatos com empresários africanos, um grupo que aumenta a cada ano, o que mostra a confiança dos países da África no turismo como fator de desenvolvimento e no mercado emissivo e investidor da Espanha. O foro foi organizado pela Organização Mundial do Turismo (OMT), a Casa da África e a Fitur.
Em 21 de janeiro, no Salão das Viagens, os representantes dos destinos africanos vão mostrar seus projetos aos empreendedores espanhóis e vão conhecer um estudo sobre as características do mercado espanhol, preparado pela OMT, a Fitur, TURESPAÑA e SEGITUR.
Há mais de vinte anos que os países da América do Sul, da América Central e Caribe participam do evento. O que é que pode dizer sobre isso?
Um dos diferenciais da Fitur é a participação dos países ibero-americanos, e isso está ligado à cultura e à língua compartilhada, às excelentes relações comerciais da Espanha com esses países, principalmente turísticas, e às relações como mercados emissivos-receptivos porque da Espanha saem milhões de turistas a cada ano para esses destinos.
E quanto à participação de países emergentes como os do Leste Europeu e a Rússia?
São destinos com uma participação importante que querem se posicionar no mercado mundial a partir das oportunidades da Fitur quanto a contatos e negócios.
Os negócios diminuíram na Fitur como na indústria turística mundial devido à crise. A senhora acha que podem continuar desenvolvendo a feira nessas condições?
A crise mundial atual fez com que as empresas reduzissem seus custos e isso tem provocado uma diminuição da área contratada, mas a representação setorial continua e o evento continua sendo um ponto de encontro das pessoas ligadas ao turismo no mundo, o que permite a concretização de negócios e alianças que melhoram a competitividade.
Depois de 30 anos, quais a previsões de desenvolvimento da Fitur no futuro próximo?
Eu diria que a Fitur vai continuar por muitos anos porque é uma ferramenta utilíssima para a indústria turística.
Eu digo sempre aos participantes que devem aproveitar ao máximo as oportunidades da Fitur programando muito bem os encontros e visitas.