Atentados em Paris golpeiam viagens e turismo mundial

17 de Novembro de 2015 10:28am
claudia

Paris está de luto. França está em guerra. Os parisienses saem nesta segunda-feira a seus labores habituais numa cidade ensombrecida, tomada pela incerteza e o espanto que ainda provocam os reportes sobre a série de atentados que ensanguentaram na sexta-feira última vários lugares de recreação da capital francesa.

Ao menos 129 pessoas morreram e 352 resultaram feridas, 99 de gravidade. Entre os mortos contavam-se até o domingo mais de 20 estrangeiros, entre eles três chilenos, três espanhóis e duas mexicanas, dois portugueses, bem como visitantes de outra dezena de países.

Milhões de pessoas em todo o planeta seguiam em seus televisores o partido de futebol entre as seleções francesa e alemã, ao que assistia o presidente François Hollande, sem perceber que nesse momento fora do Estádio da França tinha começado um talho sem precedentes no país europeu mais visitado por turistas de todo mundo.

Os ataques produziram-se em seis lugares diferentes da capital, a uma hora na que poderia causar o maior dano a essa massa humana, entre eles milhares de turistas, que a partir da sexta-feira saem a desfrutar dos encantos da renomeada Cidade Luz, uma das 10 urbes mais solicitadas por viajantes do mundo, à que anualmente chegam para perto de 10 milhões de visitantes.

França, por sua vez, retém desde faz anos o lugar de primeiro destino turístico do mundo por número de turistas, com algo mais de 83 milhões recebidos em 2013.

Dezenas de milhares de viajantes, desde New York a Hong Kong, de Londres até Austrália, Brasil ou México, ficaram à espera de seus voos, suspendidos ao instante de conhecer-se os trágicos acontecimentos. Outros tomaram o avião para desembarcar umas horas mais tarde numa cidade deserta, atravessada pela inquietude e a soçobra, sem noção de que tinha ocorrido exatamente; a meia noite, as luzes da alegria eram substituídas pelo *titilar das ambulâncias e patrulheiros de polícia e forças de segurança.

Parispassou um fim de semana sem concertos, jogos esportivos, nem museus abertos.

O presidente declarou um estado de emergência como não se registou desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Tem sido o segundo ataque terrorista que comove a capital francesa nesse ano. O anterior, em janeiro, contra o semanário Charlie Hebdo, já tinha acendido as luzes de alarme e disparado os meios de controle mais exaustivos imagináveis.

Desde então questionava-se quanto poderiam afetar os requerimentos a livre circulação, da que tanto se orgulhava até faz pouco a Europa comunitária e em que medida pode provocar uma queda dos fluxos turísticos.

Agora os que têm que se preocupar são os outros países que foram dispensados desta vez, os vizinhos. Quando vejas as barbas de teu vizinho arder…. A situação gera tensão e ansiedade em todas os países a um mês das festas e férias de Natal e Ano Novo.

As primeiras informações oficiais sobre o resultado das investigações a respeito da identidade do autores conduz até Bélgica.

Até agora são mais as perguntas que as respostas. As medidas de emergência anunciadas por linhas aéreas e agências de viagens, para permitir as mudanças de datas em viagens para França, bem como outras facilidades dadas pelos alojamentos, talvez possam *remediar em algo as previsíveis consequências da crise.

No entanto, terá que esperar. O estado de emergência decretado por um mês significa, até as vésperas de Natal. Quanto afetará o movimento de viajantes, já não só para França, senão a Paris como hub de outros voos para destinos em América Latina e o Caribe?

A preocupação ir-se-á ventilando nos próximos dias e semanas. A resposta do público dependerá da sensatez das medidas que se adoptem para enfrentar a ameaça terrorista sem cair na armadilha de quem aspiram a um crescimento do torque de violência.

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