Atentados em Paris: o sector turístico enfrenta uma etapa de retrocessos

19 de Novembro de 2015 6:12pm
claudia

No que vai de ano, Paris tem sofrido dois graves atentados terroristas que têm feito tremer o turismo, uma das indústrias mais importantes da cidade. É um dos destinos mais visitados do mundo, com 15 milhões de turistas internacionais em 2014, e mais de 32 milhões somando os viajantes nacionais. Depois dos ataques de janeiro contra a revista satírica Charlie Hebdo registou-se uma ligeira queda na chegada de visitantes na primeira semana, mas a recuperação foi rápida e a capital francesa fechou o primeiro trimestre com melhores resultados que num ano dantes. Nesta ocasião, o atentado do passado 13 de novembro é mais grave e o dano para o sector pode ser maior, com o que Euromonitor Internacional prevê uma queda no curto e médio prazo.

Françaé a primeira potência turística do planeta, com mais de 84 milhões de turistas internacionais em 2014 -por adiante dos Estados Unidos, com mais de 70 milhões, e Espanha, com quase 65 milhões-, segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT). E grande parte do sucesso do país galo deve-se à forte atração que exerce Paris em todo mundo -é a quinta cidade a nível global pelo número de chegadas internacionais-.

No entanto, a incerteza sobre a segurança -a resposta política e os possíveis contra-ataques-, que vive agora a cidade pode fazer que caia o turismo no médio e longo prazo, segundo indica Caroline Bremner, responsável pela divisão de viagens de Euromonitor International.

Circunstância que se une à perda de visitantes que este destino vinha registando desde 2013 em frente a destinos europeus rivais, como Londres, Barcelona ou Amsterdã, pela falta de competitividade de sua oferta, segundo indica o relatório da citada entidade.

Alguns de seus principais mercados emissores, como Reino Unido e Estados Unidos, têm apresentado retrocessos. E a tendência poder-se-ia agravar a partir de agora, especialmente para os visitantes norte-americanos, quem possivelmente decidam-se por outros destinos europeus. Também o turismo russo, muito habitual no segmento do turismo de compras e do luxo nesta cidade, tem registado uma forte queda no último ano pela crise de Ucrânia e a recessão de Rússia.

Entre os visitantes estrangeiros que aumentam sua presença na cidade destacam os asiáticos, especialmente os chineses, que supõem 1,5 milhões de visitantes.

Entre os europeus, além de britânicos, alemães e italianos, principais emissores, Paris é um dos destinos mais demandados pelos espanhóis, que pelo momento não estão a efetuar demasiadas cancelamentos, ainda que os tour-operadores consultados por este diário indicam que ainda é cedo para fazer uma valoração sobre o comportamento das novas petições (mais dados em Atentados em Paris: poucas cancelamentos, a incógnita com as novas reservas).

Além dos turistas procedentes de Espanha, o sector turístico de nosso país está também presente a Paris através de várias empresas. Meliá Hotels International conta com seis estabelecimentos; Hotusa, com dois, e AC Hotels by Marriot, outros dois -neste caso geridos pela marca americana-

Ainda que a maior parte de seus visitantes são de lazer, tem também uma nutrida representação de viajantes de negócios, que em 2014 supuseram o 38% das chegadas internacionais. Este segmento é muito sensível aos riscos de segurança, segundo o estudo de Euromonitor, o que poderia levar às empresas a optar por destinos alternativos, com a consequente queda do sector MICE no curto prazo.

(hosteltur.com)

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