Beatriz Pires, proprietária de "El Milongón", em Montevidéu, Uruguai
O ritmo sincopado do candombe, do tango, da milonga e o folclore charrua são apreciados a cada dia na casa de espetáculos El Milongón, em Montevidéu. Trata-se de tradições musicais, difíceis de encontrar em outros lugares da cidade.
Quais as características de El Milongón?
El Milongón é uma casa de espetáculos que foi criada para mostrar os nossos ritmos tradicionais, alguns dos quais nasceram durante a época colonial, a partir de diversos ritmos africanos trazidos pelos esclavos. Outros são a fusão de música portuguesa, espanhola e dos nativos uruguaios. Por outro lado temos o tango, derivado do candombe, com ritmo rioplatense.
No século XIX reuniam-se aqui os gaúchos para cantar e beber. Depois, nos anos de 1900, o lugar foi uma carvoaria e posteriormente uma oficina de mecânica.
Em 2005 compramos o lugar para iniciarmos esse projeto porque não havia um lugar que mostrasse as nossas raízes culturais ao turistas.
Qual a nacionalidade dos turistas que recebem?
No início vinham muitos europeus, canadenses, norte-americanos e também da nossa região. Agora são principalmente brasileiros (até 80%), mas também há argentinos, portugueses, alemães e japoneses...
Trabalham com grupos?
Com grupos e também com turismo individual. Recebemos também uruguaios porque não há muitos lugares para a música folclórica como o candombe.
As operadoras de receptivo uruguaias que trabalham com as operadoras internacionais fazem as reservas e trazem os grupos.
Qual o preço médio?
Uma ceia com consumo livre de vinho Santa Rosa ou refrigerante são 50 dólares.
E o nome de El Milongón?
O Milongón é um ritmo derivado do candombe, uma dança com interpretação de personagens como os de Mamá Vieja e o Gramillero.