Brasil espera 100.000 turistas na primeira edição dos Jogos Mundiais Indígenas
Brasilespera atrair a uns 100.000 turistas durante os I Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, um evento inédito que a cidade brasileira de Palmas organizará em outubro e que será disputado por uns 2.250 atletas de 30 países.
A previsão do Ministério de Desportos é que esta cidade do norte do Brasil, capital do estado amazónico de Tocantins, receba uns 10.000 turistas por dia durante os dez dias de competições, entre 23 de outubro e 1 de novembro.
"Palmas tem uma capacidade limitada de hospedagem, mas estamos a trabalhar com o sistema em que os próprios habitantes oferecem habitações de suas casas aos visitantes e com o hospedagem que os próprios índios oferecerão em suas aldeias e nos acampamentos", disse a Efe o presidente da empresa estatal de fomento do turismo Embratur, *Vinicius *Lummertz.
As competições serão disputadas em instalações construídas na Universidade Federal de Tocantins e em escolas municipais e os atletas serão alojados numa vila especial também em obras finais.
Os Jogos Mundiais Indígenas serão disputados por uns 1.150 índios brasileiros e uns 1.100 procedentes de uma trintena de países.
Além de representantes de 22 etnias brasileiras e de índios de toda América, para a competição já estão confirmados atletas de povos autóctones de Austrália, Japão, Noruega, Rússia, China e Filipinas.
Entre as modalidades que serão disputadas figuram tiro com arco, lançamento de lança, carreira rústica de 100 metros, piragüismo tradicional, lutas corporais, natação e carreira carregando troncos de árvores.
A maioria dessas modalidades figuram no programa dos Jogos dos Povos Indígenas do Brasil, organizados por um comité intertribal desde 1996 e dos já vão treze edições.
"O evento é organizado com muita seriedade e com fundamentos antropológicos", afirmou Lummertz ao descartar que a promoção dos Jogos possa aproveitar elementos clichés sobre os índios ou a Amazonía.
De acordo com o presidente de Embratur, o mais importante é que "vai gerar um importante debate e uma reflexão sobre a política indigenista no Brasil".
A Embratur pretende aproveitar os Jogos para promover a diversidade do Brasil, exibir a riqueza cultural dos povos indígenas e atrair visitantes para modalidades alternativas de turismo, como o ecoturismo e o turismo de aventura.
"Terá um importante componente gastronómico que também pode atrair aos turistas e esperamos uma grande repercussão nos meios de comunicação de todo mundo", afirmou.