Desafios para o turismo amazônico

17 de Dezembro de 2009 4:54pm
godking

No último dia 26 de novembro, a Agência de Desenvolvimento do Turismo da Macrorregião Norte (Adetur Amazônia) realizou em Manaus o seu primeiro Seminário. Sob o tema Conectividade da Amazônia: responsabilidade de todos os brasileiros, a entidade reuniu 52 pessoas no evento que ocorreu de forma simultânea com a V Feira Internacional da Amazônia - Fiam 2009.

A programação do seminário ensejou um profundo diagnóstico da atividade turística na região. Cada palestrante enumerou os pontos fortes e os obstáculos a serem superados para que o turismo passe a figurar como verdadeiro vetor de desenvolvimento nos sete Estados nortistas.

Abaixo os principais pontos abordados por Elton Pantoja, Gestor dos Projetos de Turismo do Sebrae Abase Norte, no Painel Amazônia Viaja Amazônia:

DIAGNÓSTICOS

O desempenho do Brasil como destino internacional é o melhor da América do Sul, representando 0,54% da procura de turistas do todo o mundo. Os sete estados da Região Norte recebem, por sua vez, 5,5% de todos os visitantes estrangeiros, sendo que a grande maioria se concentra no Amazonas, com 4,2%. No turismo doméstico, o cenário é ainda mais desalentador. A região recebe 2,5% de toda a demanda doméstica.

POTENCIAL

De acordo com pesquisa do Sebrae, realizada em 2008 com moradores das capitais brasileiras, Manaus e Belém são as cidades que mais podem atrair turistas. O levantamento mostra que 30,1% das pessoas quer conhecer a capital amazonense, enquanto 29,6% têm o desejo de viajar para a cidade paraense. Ainda de acordo com os dados do Sebrae, o que mais atrai turistas para a região amazônica são as florestas, com 13,04%, e em segundo lugar os hotéis de selva, com 11,43%.

OBSTÁCULOS

A mesma pesquisa demonstra que a percepção dos turistas sobre os destinos da Amazônia e a divulgação ainda têm muito a se desenvolver. Eles ainda consideram péssima ou ruim a limpeza (24,20%) e a segurança pública (22,2%) das capitais dos sete Estados. As operadoras de pacotes turísticos também têm pouca informação, sendo que 73,2% dos pesquisados nunca ouviram falar sobre turismo no Pará. Em seguida vem o Acre com 70,4%, Rondônia com 66,7%, Roraima com 66,2, Tocantins com 32,3%, Pará com 21,4% e Amazonas com 12,9%. Na opinião das operadoras e de hoteleiros, a maior dificuldade na concepção de pacotes para a região é a divulgação insuficiente, seguida dos preços do transporte aéreo e oferta prévia de roteiros.

REFLEXÕES

De acordo com Pantoja, os destinos da Amazônia não contemplam os mercados emissores da região, embora eles representem uma oportunidade concreta para aumentar o fluxo de turistas. Ele explicou também que existe a necessidade de explicitar as vantagens em preços e do relacionamento entre os agentes de mercado.

Para José Raimundo Morais, presidente da Adetur Amazônia, a solução pode estar no modelo de clusters. "A formação de grupos de empresários do setor, mesmo que pequeno, em cada microrregião pode levar para a mão da cadeia produtiva do turismo a liderança do processo de mudança e a coordenação dos projetos", diz Morais. "Os Conventions & Visitors Bureaux são as entidades mais apropriadas para contemplar integralmente todas estas soluções", finaliza.

Fonte: Agência de Desenvolvimento do Turismo da Macrorregião Norte (Adetur Amazônia)

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