Eduardo Pinto Lopes no seminário "Receptivo Brasileiro - Visão de Operadores Turísticos Internacionais sobre a Atividade de Receptivo no Brasil" (Congresso ABAV)

22 de Outubro de 2009 7:50pm
godking

Eduardo Pinto Lopes, administrador da operadora portuguesa terraBrasil e membro da direção da APAVT, participou do seminário "Receptivo Brasileiro - Visão de Operadores Turísticos Internacionais sobre a Atividade de Receptivo no Brasil", no Congresso da ABAV. Além de fazer críticas bastante construtivas, também deu dicas didáticas de como melhorar e maximizar o serviço dos receptivos no Brasil.

No mesmo painel participaram José Luiz Cunha, da Embratur (em representação da Presidente Jeanine Pires); Roberto Dultra da Bito; Sérgio de Mello Ferreira da TurisRio; Kid Stadler da Turisan e diretor de Turismo Receptivo da ABAV Nacional; Pedro Costa da Alameda, Turismo e vice-presidente da ABAV Nacional; e Glória de Britto Pereira, também da
Riotur.

Ao longo de dez anos, Eduardo Pinto Lopes, fundador da terraBrasil, levou até ao Brasil mais de 300 mil turistas europeus, e foi com base nessa experiência que o orador chamou a atenção para alguns comportamentos menos positivos dos receptivos do Brasil, não deixando porém, de apresentar sugestões e até mesmo dicas bastante pertinentes para um melhor serviço do turismo deste destino. Segundo Eduardo Pinto Lopes, "Saber a origem do cliente é fundamental. Quem for atendê-lo tem de saber a cultura daquele país, os hábitos e, fundamental, conhecer a cultura alimentar".

"Contratar motoristas particulares para se fazer o transfer in que muitas vezes não conhecem a empresa para a qual trabalham nem o cliente, não ajuda. É igual contratar um táxi. E, em consequência a um mau atendimento logo no início, o cliente já fica traumatizado e pensando se, no transfer out, o motorista irá mesmo buscá-lo no horário combinado. Também não comprará opcionais e não voltará com aquela operadora que comprou o pacote" disse.

A falta de uma uniformização no fardamento dos profissionais, foi outro aspecto que mereceu a critica do orador que deixou sugestões como: uniformizar a placa de identificação que traz os nomes dos clientes
quando o motorista vai buscá-los ao aeroporto; formar os seus profissionais sobre o fundamental da empresa já que "isso passa segurança ao cliente"; criar um manual com noções básicas de conduta em que cada receptivo decide o que é mais importante para a sua empresa e entregar um voucher com todos os dados da empresa ao cliente.

Já no que respeita à aproximação dos grandes eventos do Mundial 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016, o representante da visão de operadores turísticos internacionais aposta na sustentabilidade, guias com conhecimento cultural dos países participantes, tecnologia Web e móvel multilíngue, mobilidade inter-cidades e a criação de pacotes diferenciados para os turistas. Para Eduardo Pinto Lopes, "o Brasil não pode desperdiçar essas duas grandes oportunidades. Depois desses eventos, o país demorará mais 30 anos para conseguir outro desse porte, porém, se trabalhar corretamente colherá frutos por longos anos". Para finalizar, o orador deixou um alerta: "Aproveitem esses grandes eventos para fidelizar o cliente e fazer com ele volte ao Brasil".

Pernambuco

Anteriormente, no Fórum Regional PANROTAS Pernambuco, Eduardo Pinto Lopes elogiou e também criticou o destino Pernambuco, afirmando, inclusive, que a "culpa" do decréscimo de turistas europeus no estado se devia, em grande parte, à hotelaria que pratica preços altos comparativamente com o Caribe, o grande concorrente do Nordeste Brasileiro.

Eduardo Pinto Lopes enalteceu alguns dos pontos fortes de Pernambuco, nomeadamente a sua localização, rede rodoviária que liga também o estado a Alagoas e Rio Grande do Norte, a malha aérea estruturada, o turismo de eventos rumo à internacionalização, a possibilidade de diversificar a oferta, a notoriedade de Porto de Galinhas e relembrou a existência de Fernando Noronha fazendo parte do estado de Pernambuco. Quanto às críticas, foi direto e sem rodeios apontando para o fato do nome "Pernambuco" não vender internacionalmente, de Recife ser uma cidade confusa e com hotelaria antiquada e das suas praias estarem associadas à existência de tubarões, imagem essa impulsionada, também, pelas placas existentes na orla das mesmas. Acrescentou ainda a questão da segurança tal como em grande parte das cidades brasileiras, da inconstância de órgãos públicos e da politização do setor que leva a problemas de planeamento a longo prazo.

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