Enrique de Marchena Kaluche, presidente da Associação de Hotéis e Turismo do Caribe (CHTA)

25 de Junho de 2009 4:45pm
godking

Depois de um ano de trabalho na CHTA, De Marchena considera que uma das suas principais conquistas foi a ampliação do perfil da Organização, que agora está mais integrada à indústria turística caribenha. Uma relação mais estreita com a Organização de Turismo do Caribe (CTO), melhores conexões aéreas e a concretização dos projetos de desenvolvimento turístico são alguns dos desafios para 2010.

Como avalia o senhor esse período na CHTA?

Há um ano que estou na CHTA e já começo o segundo e último ano da minha gestão. Uma das inovações foi a ampliação do perfil da Organização, anteriormente focada unicamente na hotelaria. Agora inclui também a parte turística e estamos trabalhando no fortalecimento da indústria turística regional a partir de visitas às ilhas e da participação em grandes eventos mundiais como a Fitur, na Espanha, a WTM, em Londres, e um encontro em Bruxelas para a aprovação de um acordo de associação econômica.

Quais foram as maiores dificuldades na CHTA?

O principal desafio atualmente no Caribe são as conexões aéreas. A crise provocou a redução do número de voos e de conexões, e isso é um problema porque por um lado pedimos verbas para o marketing, mas por outro há uma queda na chegada de viajantes.

E o setor dos cruzeiros nesses tempos de crise?

O impacto da crise foi menor nos cruzeiros que, por exemplo, conseguiram uma melhor gestão do tema migratório. Os cruzeiristas não precisam de visto nas escalas nas ilhas, mas não acontece a mesma coisa com os turistas que chegam de avião. Isso é uma grande vantagem no caso da industria de cruzeiros.

Por outro lado, os navios visitam diferentes ilhas em pouco tempo com as condições hoteleiras dos all-inclusive. Isso é outra vantagem em tempos de crise, mas é criticável que não contribuam muito para a economia do Caribe apesar dos benefícios que obtêm da interação com a região.

Quais os países mais afetados pela crise?

De acordo com as estatísticas, os mais afetados são as Bahamas, Santa Lúcia e St. Kitts e Nevis, enquanto os menos afetados são Cuba, Jamaica e a República Dominicana.

No caso das Bahamas, a redução de 12% está muito ligada ao principal mercado deles que é o norte-americano. Por outro lado a falência de diferentes grupos financeiros nos Estados Unidos paralisou alguns investimentos e projetos nas Bahamas.

Qual o pais mais criativo?

Eu diria que a Jamaica, que conseguiu uma boa integração dos setores público e privado. Além disso o primeiro-ministro Brian Golding compreende e apoia o setor turístico que é o motor da economia.

Muitos turistas deixaram de viajar para o México por causa da nova gripe. Qual o impacto disso no Caribe?

Isso beneficiou a República Dominicana e a Jamaica que receberam mais voos.

No México, o próprio presidente Calderon está impulsionando a campanha de promoção turística porque compreende que o petróleo e a indústria não são as únicas fontes importantes de receitas no país. É um exemplo para os países do Caribe.

O que pode dizer das relações dos países de língua inglesa e espanhola no Caribe durante esse mandato?

Isso não é uma dificuldade. Tenho muito boa comunicação com os países de língua inglesa, francesa e holandesa. Eles estão apoiando muito minha gestão.

O que realmente foi um desafio para mim foi meu relacionamento com a Organização de Turismo do Caribe (CTO) e a razão é simples. É que a Organização já teve três presidentes durante o meu mandato e isso é uma dificuldade para o trabalho conjunto dos setores público e privado.

Como definiria com uma palavra o primeiro ano de mandato e o segundo?

O primeiro ano com a palavra "integração". Apesar das dificuldades com a CTO, as ilhas sabem que a CHTA é forte. Pela primeira vez conseguimos reunir as grandes redes norte-americanas para começarmos a trabalhar em 2010.

Já para o segundo ano a palavra seria "fortalecimento". Fortalecimento da CHTA.

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