Fabio Andrade, presidente e fundador da Fundação Centro Comunitário das Américas
O Centro Comunitário das Américas é uma entidade de apoio aos colombianos e outros latino-americanos que chegam ao sul da Flórida. Pequenos empresários, famílias e profissionais podem procurar ajuda e assessoria no Centro. Seu presidente explica os detalhes.
O senhor poderia explicar a origem e os objetivos da Fundação?
Em 1999 houve um êxodo de colombianos para o sul da Flórida devido aos problemas de segurança na Colômbia. Nessa época eu era gerente da TACA nos Estados Unidos. Tínhamos comprado as companhias aéreas centro-americanas e víamos que as famílias de colombianos que chegavam não tinham orientação profissional para a criação de pequenas empresas. Aí eu e um grupo de amigos criamos a fundação para ajudarmos esses pequenos empresários, essas famílias, esses profissionais para que encontrassem um espaço no sul da Flórida de acordo com sua profissão.
Hoje continuamos trabalhando assim. Fazemos duas rodadas de negócios por semana das quais participam 50 ou 70 pessoas semanalmente. Ministramos palestras sobre marketing e outros temas, entre eles os impostos antes do mês de fevereiro.
Quem foram os fundadores?
Um grupo de venezuelanos e de colombianos. Da primeira diretoria de 10 pessoas hoje ficamos três.
É uma organização sem fins lucrativos?
É. Atuamos como uma câmara de comércio, mas ocupamo-nos também das famílias e da parte empresarial. As pessoas reúnem-se, falam de negócios e podem obter apoio para esses negócios.
São todos colombianos?
No início todos eram colombianos, mas hoje há argentinos, venezuelanos e até americanos.
Alguma organização internacional ou algum departamento do governo americano apoia a iniciativa?
É possível obter fundos deles, mas são muito estritos. Temos conseguido alguma ajuda na cidade de El Doral, onde temos um dos escritórios. São 5000 dólares por ano. Na verdade temos conseguido sobreviver cobrando a inscrição nos eventos. Temos dois grandes eventos anuais que geram fundos: um festival hispano e outro que comemora as datas patrióticas da Colômbia e da Venezuela.
Além disso há três universidades que colaboram com a gente. Utilizamos as instalações da Carlos Albizu University, em El Doral, e da American Intercontinental University, em Weston. Por outro lado a Universidade Nacional a Distância da Colômbia (UNAT) abriu uma filial na Flórida e outorga 4 bolsas de estudo por ano.
Qual é composição das pessoas que procuram a Fundação?
Trabalhamos principalmente com famílias que chegaram recentemente aos Estados Unidos. Pessoas de 38 a 56 anos, famílias com crianças na escola elemental. Temos 160 voluntários. Há 8.300 pessoas inscritas e atendemos 150 pessoas por semana, entre eles médicos que querem trabalhar nos Estados Unidos como médicos e procuram assessoria aqui.
Há mais informação no nosso website: americascc.org
E sobre o trabalho na Aires?
Houve um grande crescimento da empresa no sul da Flórida a partir de um voo diário Fort Lauderdale-Bogotá-Fort Lauderdale. Eu tinha sido contratado como consultor pela minha experiência na JetBlue, mas em dezembro passei de consultor a gerente da Aires em Fort Lauderdale.
A partir de 26 de março a Aires vai ter mais dois voos: um para Cali com duas frequências semanais e outro diário para Barranquilla com conexão em Medellín.
Poderia falar da Aires?
A Aires nasceu há 29 anos. É uma empresa de capital privado com 40 acionistas e hoje é a segunda empresa aérea na Colômbia. É uma companhia aérea internacional de baixa tarifa e o primeiro voo a Fort Lauderdale em novembro de 2009 foi um grande sucesso.
O jornal ElTiempo publicou recentemente declaracões do presidente Uribe afirmando que o tráfego aéreo na Colômbia cresceu 9% e reconhecendo a atuação da Aires nesse sentido.
A Flórida é o único destino internacional?
Não. Temos ainda Aruba, Curaçao, Panamá e Maracaibo.
De acordo com sua experiência em companhias aéreas e na Fundação, como avalia a situação da Flórida, e de Miami e Fort Lauderdale em particular, nesses tempos de crise internacional?
A Flórida é um destino turístico e o turismo caiu na alta temporada devido à crise. Acho que no país em geral o governo tenta ajudar as grandes indústrias sem levar em consideração que as pequenas empresas geram mais de 90% dos empregos.
Um dos temas na aviação atual é o das malas. Qual a política da Aires nesse sentido?
A Aires cobra uma mala e um valor inferior ao de outras companhias aéreas pela segunda. Outra coisa, o passageiro economiza quase 50% na Internet.