Georges Roll, diretor geral do Club Med para a Espanha
O grupo francês de lazer Club Méditerranée (Club Med), com muito estudo de mercado e procurando sempre novos destinos, conseguiu manter a liderança no all inclusive através de estabelecimentos de 3-5 tridentes, uma classificação exclusiva do do Club Med.
Há 20 anos que o senhor está no Club Med, qual a estratégia da empresa para manter sua liderança?
Em primeiro lugar a inovação permanente, conhecer muito bem as tendências do mercado, escutar os clientes para conhecer suas expectativas, saber o que os clientes potenciais esperam do Club Med, ou seja, muito estudo de mercado, e, por outro lado, procurar sempre novos destinos. Só assim é que se pode estar à frente, com destinos e produtos.
Poderia explicar o interesse da empresa pelos destinos exóticos e até inabitáveis?
O compromisso da empresa é que os clientes europeus, asiáticos e americanos descubram novos destinos. Ao mesmo tempo há um grande trabalho de interação com a população local para que nos aceite e, assim, gerar emprego, riquezas e novas experiências para essas populações. Somos multiculturais. Acho que somos a única rede capaz de receber clientes asiáticos - japoneses, coreanos, chineses, com características diversas -, europeus de diversos países e americanos, e que todos tenham o que esperam.
Não esperaram muito para a abertura dos primeiros resorts em 2005?
Durante décadas o Club Med propôs produtos tão diversos como camping ou veleiros de luxo; não havia uma imagem homogênea da empresa. Por outro lado os nossos clientes já não aceitavam tão facilmente a simplicidade, queriam mais luxo, mais conforto sem que se perdesse a filosofia Club Med. Então decidimos que os nossos produtos seriam de 3-5 tridentes, com mais conforto, e mantendo a nossa filosofia.
O organização por tridentes é própria da empresa?
É exclusiva do Club Med e não é comparável à das estrelas hoteleiras porque está ligada ao local em que nos encontramos, que é sempre um lugar exótico, perto da natureza. Também leva em consideração o conforto hoteleiro e ainda as atividades que organizamos, tanto esportivas como de relax.
Há novos projetos no Caribe?
Estamos renovando o resort que temos em Punta Cana e procurando outros na República Dominicana. Também avaliamos entrar na Costa Rica e queremos voltar a Cuba, onde já estivemos.
Como foi o crescimento do Club Med nos últimos anos?
Não pretendemos ser uma rede enorme, mas especializada num determinado estilo. Hoje temos 80 resorts e daqui a alguns anos teremos 100, mas não pretendemos totalizar 200 ou 300. Inclusive fechamos alguns estabelecimentos porque não se adaptavam à nossa estratégia.
Qual a maior vantagem do Club Med?
A nossa proposta de all inclusive que realmente inclui tudo e de maneira bastante generosa.
O conceito de all inclusive não limita um pouco certo tipo de turistas?
Talvez, mas as pessoas têm liberdade de escolher o que querem e como a relação qualidade-preço é tão boa, as pessoas acabam por aproveitar tudo e nesse sentido um Club Med é superior a uma rede hoteleira clássica.
Há alguma modalidade turística que não tenham?
Temos golfe, esportes náuticos, eventos, estamos nas praias, continentes, ilhas, em verão ou inverno, mas não temos o conceito de turismo de oceano. Agora temos um conceito único que está em Paris onde há vários restaurantes, espetáculos e uma escola de circo que estimula a participação dos clientes no trapézio, por exemplo.
Novas perspectivas...
Procurar novos destinos e ser os primeiros nas tendências.
A maior fraqueza...
A perda de mercados devido à inadaptação às suas condições, mas estamos tentando recuperá-los rapidamente.