Ignacio de las Cuevas, responsável de Marketing e Promoção no Butão, voluntário da OMT

13 de Abril de 2011 5:53pm
Ignacio de las Cuevas, responsável de Marketing e Promoção no Butão, voluntário da OMT

O Butão é um pequeno reino do Himalaia, entre a China e a Índia, onde é praticado o budismo tibetano ou Mahayana. Tendo realizado as primeiras eleições em 2008, é a democracia mais jovem do mundo. O grau de desenvolvimento não é medido através do PIB, mas do Gross National Happiness Index que estima a felicidade dos cidadãos. O país se abriu ao turismo em 1974 e tem desenvolvido uma indústria de alta gama apoiada por uma política turística de alta qualidade e de baixo volume/impacto.

Qual o aeroporto mais importante?

Há um único aeroporto internacional localizado na cidade de Paro, perto da capital, Thimphu, que oferece conexões para Katmandu, Calcutá, Banguecoque, Deli, Dhaka… No final de 2011 vão ser inaugurados três aeroportos domésticos para facilitar o movimento de turistas no país.

Quantas horas a Calcutá, Katmandu ou Deli?

Catmandu e Calcutá estão a menos de uma hora de voo saindo de Paro. Outros destinos como Banguecoque e Deli, a três horas.

Como é o clima?

Há três climas diferentes: vales subtropicais perto da Índia; um planalto de clima alpino e depois as grandes montanhas do Himalaia de clima extremo.

Qual a língua que se fala?

Basicamente duas: o dzongkha, um tibetano antigo, e o inglês. A educação é em inglês e o Butão é considerado um dos países do continente asiático com melhor nível de inglês.

Por que o inglês?

Acho que devido ao quarto rei do Butão, um visionário que há mais de 30 anos criou esse indicador para medir o desenvolvimento, o Gross National Happiness Index, que sobrepõe a felicidade aos bens materiais. Ele pensava que o inglês ia primar no mundo.

Quais os principais setores econômicos?

O Butão tem principalmente duas fontes de receitas: a energia hidrelétrica, que vende à Índia, e depois o turismo. É um país muito estável que nunca foi  colonizado, nunca teve guerras e era uma monarquia autoritária até há três anos, quando foi redigida uma constituição e estabelecida uma democracia parlamentar.

Como chegou um espanhol ao turismo do Butão?

Acho que o Butão é um destino do qual muita gente fala, mas que pouca gente conhece. Além disso, o fato de ter estado afastado do mundo ocidental até os anos 60 sempre me chamou a atenção e, finalmente, as pessoas ali têm uma cultura ancestral com muito respeito pela natureza e pelo próximo. Quando recebi a proposta de trabalho pensei que as coisas  acontecem por alguma razão e suponho que o fato de ter trabalhado em outros continentes no campo do turismo e de ter um doutorado em turismo de voluntariado foram as razões da minha eleição na OMT.

Como é o nível de vida no país?

Há zonas bastante desenvolvidas, com serviços muito avançados, e as mais longínquas, com problemas nos serviços médicos e de acesso ao água potável. Com a extensão da Suíça, o país tem oito vezes menos população, pois são 800 mil habitantes.

E a política turística?

A política turística do país se resume na frase "high value low volume", que descarta um grande segmento de mercado para se concentrar em outro, mais reduzido mas com alto poder aquisitivo. Os hotéis no Butão são de alto padrão, de 4 e 5 estrelas, e em alguns a noite pode custar até 1.700 dólares. Estamos falando de um turismo de élite, com grande respeito pela natureza e pelas tradições locais.

Quais as opções de um turista no Butão?

Depois de ter viajado por diversos países e conhecer melhor o Butão, posso afirmar que é um destino muito procurado por viajantes que têm conhecido muitas culturas e que procuram uma experiência profunda. O país oferece um grau de espiritualidade muito elevado, serviços de alto padrão - principalmente na atenção ao cliente -, e é um dos dez países do mundo com maior diversidade, comparável com a Costa Rica. Por outro lado oferece trekking, aventura, wellness, spa e muito turismo cultural e religioso.

Qual deveria ser o tempo mínimo de estadia?

Mínimo dez dias, pois as viagens no país, ainda que sejam 500 km de um extremo ao outro, podem levar três dias por estrada.

Acha que a América Latina pode ser um mercado emissivo para o Butão?

Acho que não no curto prazo porque a distância e as conexões tornam difícil o acesso. No entanto o aumento registrado nos turistas procedentes do México foi de 33% e de 29% no caso dos turistas brasileiros.

E na gastronomia?

A oferta gastronômica é variada devido à mistura cultural. Há imigrantes de muitas origens étnicas, com muita influência índia e chinesa, e também do Nepal. Utiliza-se muito o curry e o picante. Há muitas variedades de queijo, como o de iaque, por exemplo, carne de iaque e muita verdura. É um país praticamente vegetariano.
 

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