José Arriola, diretor-geral da Pullmantur

15 de Abril de 2008 1:43am
godking

Depois de seis meses como diretor-geral da Pullmantur, José Arriola explica à Caribbean News Digital as mudanças, resultados e perspectivas da companhia que, com um estilo de trabalho diferente, abre novos mercados na França, Espanha, Argentina, México e Brasil, adaptando-se em cada caso às características dos clientes.

Como é que está evoluindo o mercado a partir da nova política e das transformações estratégicas da companhia?

Neste ano temos navios no Caribe, em Barcelona, Istambul, na Grécia e no Báltico. Todos têm quase 100% da capacidade ocupada e estamos estudando colocar outro em Acapaculco. No inverno vamos estar no Brasil, Caribe, Argentina e México. Isso é algo novo em relação ao ano passado. Nesta semana estão entrando o "Empress of the Seas" e o "Ocean Dreams", e para 2009 esperamos mais um novo navio.

Qual a capacidade?

O "Sovereign", que entra em novembro, é de 2.600 passageiros, o maior que temos, e vai estar em Barcelona. Um dos que está ali irá para Valença durante o ano todo. Outro dos que está em Barcelona irá para o México, também o ano todo. Esse é de 996 passageiros.

Muda alguma estratégia de comercialização?

A nova campanha de promoção fala da Pullmantur com alma espanhola porque somos uma empresa espanhola com gastronomia, produtos e costumes espanhóis. É um projeto totalmente espanhol, mas com padrões de qualidade superiores.

E sobre o transporte aéreo?

Temos dois aviões, um 737-300 e um 747-400, e em breve teremos mais dois do modelo 400. O transporte aéreo faz parte da nossa oferta devido ao volume de passageiros. A frota anterior era já antiga e foi renovada com o modelo 400, que é o melhor dos Boeing 747, muito confortável.

Vão manter a Primeira Classe, a Business e a Turista?

Hoje temos a Grand Class, a Bussiness e a Turismo, mas acho que vamos ficar com as duas últimas porque a Grand Class tem poucos assentos que são vendidos rapidamente. Muitas pessoas querem viajar assim, mas 12 assentos é pouco, daí que pensemos aumentar a Bussiness, para que mais passageiros tenham a oportunidade de viajar com maior conforto.

Continuam as mesmas rotas no Caribe?

Estamos enviando charters à ilha Margarita, na Venezuela, pela primeira vez, e ainda estamos estudando opções de charter para Buenos Aires e no verão para Orlando.

A situação da Venezuela poderia criar qualquer dificuldade com os vôos?

A estabilidade a médio e longo prazo são fatores importantes no negócio. Isso significa que acompanhamos com muito interesse a situação na Venezuela.

Aruba como destino?

Excelente. Estamos muito satisfeitos com seu desenvolvimento.

Como é que vão fazer para levar ao público ou ao trade a nova imagem da Pullmantur?

Vamos trabalhar diretamente com o consumidor que é quem pede o produto.

A distribuição anteriormente era feita principalmente através do Grupo Marsans. Depois incluíram a Travelplan. Quais as perspectivas nesse sentido?

Temos as portas abertas para todos os grupos. Hoje a Marsans apenas representa 20% das vendas, que anteriormente eram de 70%.

Hoje temos um novo diretor comercial, Bernardo Echevarría, que trabalhou muito tempo com a American Airlines, depois com a Royal Caribbean. Tinha seu próprio negócio desde 2002. Como tem negócios na França, ajuda-nos muito com o produto francês também.

Qual a nova estrutura da empresa?

Temos uma nova classificação a partir de quatro produtos: cruzeiros, charter, aviação e circuitos na Europa. Trata-se de quatro divisões que trabalham de maneira coordenada.

A empresa tem planos na aviação charter?

Vamos abrir um vôo charter para Buenos Aires, onde vamos ter um navio, mas de qualquer maneira íamos abrir esse vôo, e outro para os Estados Unidos, porque da Espanha há três vôos diários para Miami com a American e Iberia totalmente lotados. Isso indica que há um mercado e nós vamos ofertar um pacote com hotéis e outros serviços.

Isso significa que vão trabalhar com o operador da empresa diretamente?

Exatamente.

Muita concorrência na Orizonia?

O mercado é suficiente para todos. Estamos pensando em alguma parceria com eles que seja favorável para as duas partes.

Como está acontecendo o processo de reconversão de Royal Caribbean para Pullmantur?

Espero que para o mês de junho esteja tudo pronto. Tem sido muito difícil nos sistemas informáticos, passar tudo do inglês para o espanhol.

As duas maiores companhias de cruzeiros mundiais estão atualmente na Espanha. Acha que o mercado europeu, com o dólar baixo ou não, pode ter tanta força na América Latina como o norte-americano?

O mercado norte-americano é muito forte, mas já abrimos uma marca na França e vamos abrir outra no México e no Brasil. Vamos tentar ficar com o mercado latino-americano da Espanha. Nunca vai ser como o norte-americano, mas vai ser muito forte.

Há mercados emergentes na Europa - como o russo ou o ucraniano - que podem ser clientes de cruzeiros desta região ou da América. Até agora, nem a Carnival nem a Royal Caribbean tinham acesso direto a eles. O que é que acha disso?

São mercados muito interessantes que queremos atrair no inverno com o navio de Istambul. Isso vai ser durante um pequeno período de prova no inverno, de outubro a fevereiro, no roteiro Atenas-Istambul-Atenas de acordo com as condições climáticas.

Há empresas de cruzeiro no norte da Europa, muito consolidadas. Como vai fazer uma empresa norte-americana nova, para se posicionar nesse mercado?

É por isso que existe a Pullmantur na Royal Caribbean. Uma das suas vantagens é a de se adaptar aos mercados. Colocamos uma companhia na França e é francesa. No México vamos ser mexicanos e no Brasil vamos ser brasileiros. No Norte, vamos vender dois meses aos alemães e vamos ser alemães, e dois meses aos russos e seremos russos. Isso não funciona numa empresa maior, mas a gente adapta os funcionários, a comida e as bebidas de acordo com o que é típico em cada país.

Não pensaram em utilizar a Espanha como um hub para o Caribe, com aviões provenientes de outros países?

Pensamos ainda mais. Estamos pensando em colocar um navio nos Estados Unidos para o mercado hispânico. Quando houver um navio da Pullmantur com bares abertos até as 6h, enquanto os americanos fecham às 2h, por exemplo, e seja conhecido por esse mercado, não vão viajar mais num navio americano.

E sobre as perspectivas futuras?

Vamos receber dois navios novos neste ano e pelos menos um em 2009. Em seis ou sete meses já abrimos os mercados do Brasil, México, Argentina e França. Renovamos a equipe de direção que trabalha de maneira harmonizada. Em junho devemos ter o novo diretor-geral.

Então vai voltar para os Estados Unidos?

Tenho diversas opções: uma empresa em Nova York que, como a Pullmantur, precisa de organizar as coisas; talvez fique como consultor da Royal Caribbean e talvez não faça nada para desfrutar da aposentadoria que comecei oficialmente em 2001.

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