Líder Sucre, diretor do BioMuseu do Panamá

07 de Janeiro de 2010 2:29pm
godking

Frank Gehry, um dos mais famosos arquitetos das últimas décadas, é o autor do projeto do BioMuseu, que contará a história natural do istmo do Panamá e do seu impacto na evolução do planeta.

Como surgiu a ideia do BioMuseu?

A ideia surgiu naquele momento tão particular de 1999 quando o Canal voltou à administração panamenha. O arquiteto norte-americano propôs seu apoio para um projeto nacional. Ele já era famoso com obras como o museu Guggenheim, em Bilbao. Casado com uma panamenha, conhecia muito bem o país, gente do governo e artistas.

A ideia foi a criação do museu, que mostraria como a história natural do Panamá impactou o planeta, algo pouco conhecido.

A condição dele foi que o edifício e a maneira de contar a história fossem espetaculares e assim foi.

O museu está localizado na entrada do Canal, na costa do Pacífico, com vista para áreas protegidas como o Cerro Ancón e o Parque Metropolitano, perto de ilhas com recifes coralíneos e florestas. É um local privilegiado pela natureza, ideal para um museu de história natural.

Qual a organização das salas e galerias?

As galerias estão organizadas a partir de dois eixos: o primeiro é a história da formação do istmo do Panamá como terra que une as Américas e divide os oceanos, da sua formação durante quase 50 milhões de anos de evolução geológica e da formação da Corrente do Golfo com sua influência sobre a América do Norte e a Europa.

Esses eventos geológicos provocaram mudanças climáticas e a diversidade biológica no planeta, e essa diversidade é outro dos eixos do museu.

Ou seja, os dois eixos são a história geológica recente da Terra a partir da perspectiva panamenha e sua influência na evolução na vida terrestre, e a diversidade biológica resultante, da qual o nosso país é um exemplo.

As galerias não são tradicionais, mas espaços com diferenças dramáticas como foi o processo de mudança natural.

Quais as características de cada galeria?

São oito galerias: Biodiversidade (uma introdução ao tema do ponto de vista teórico); Panarama (grandes espaços com som e projeções que mostram a biodiversidade explicada anteriormente); A ponte aparece (a evolução do istmo, as forças geológicas envolvidas e as consequências para o clima, as correntes marinhas e para a humanidade); O grande intercâmbio (mostra as consequências da união das duas Américas depois de 50 milhões de anos sem contato); A pegada humana (mostra a chegada do homem às Américas e sua adaptação aos ecossistemas); Oceanos divididos (dois aquários mostram o funcionamento dos oceanos Atlântico e Pacífico e explicam as grandes diferenças entre o Caribe e o Pacífico tropical nas Américas); A rede vivente (uma explicação fascinante da floresta e das suas espécies e ecossistemas). A última galeria é Panamá é o museu, um espaço virtual interativo para a procura de informações sobre as diferentes regiões e dados do país.

O museu está cercado por um parque botânico que completa de maneira real o que mostram as galerias, que não foram concebidas para mostrar coleções, mas para a criação de consciência, de modo que as pessoas preservem o que está nas florestas, nos mares.

Quantos visitantes esperam por dia?

Esperamos de 600.000 a 700.000 por ano. O Centro de Visitantes de Miraflores, próximo do Canal, recebeu 618.000 visitantes em 2008. Eu acho que o perfil dos interessados nas eclusas do Canal corresponde ao dos interessados no BioMuseu.

A Autoridade Turística do Panamá está apoiando o projeto?

A ATP é um parceiro muito importante. Eles compreendem que o BioMuseu vai potenciar a experiência do visitante. Quem visitar o museu no início da estadia, vai compreender melhor o que vai ver depois no Panamá.

Na fase construtiva, o museu já constitui uma atração turística.

Já pensaram nos preços?

Os preços poderiam ser semelhantes aos do Miraflores. Ainda não é definitivo, mas um turista estrangeiro adulto poderia pagar 12 dólares e um panamenho 6 ou 7, e metade as crianças. A entrada para os estudantes das escolas públicas vai ser gratuita.

Podemos dizer que o BioMuseu vai promover outros destinos do Panamá?

Do Panamá e da região porque o país é uma ponte entre o Caribe, o Pacífico, a América do Norte e a América do Sul e é isso que o visitante vai ver.

Esperam que o BioMuseu alcance a relevância do Canal?

Acho que depois de algum tempo vai ser assim porque o aspecto arquitetônico também vai atrair muitas pessoas, como acontece com a Torre Eiffel.

Por outro lado, o BioMuseu vai ser um local de diálogo para os temas ambientais da região e para avançarmos nesse sentido.

Back to top