México: Turismo cultural para os baby boomers

Os baby boomers, sobretudo os norte-americanos endinheirados com mais de 50 anos e próximos da aposentadoria, procuram um novo sentido para suas vidas e o segmento de sol e praia já não é suficiente. Eles querem beber nas fontes culturais e o México tenta reorientar sua oferta.

"A geração do boom demográfico do pós-guerra quer conhecer as pessoas dos locais visitados, sua cozinha, algumas palavras da sua língua e até criar obras sob a direção de artistas locais", diz Mara Delli Priscoli, presidente da agência norte-americana Educational Travel Conference, especializada em viagens de aprendizagem.

"Os destinos que invistam nesse tipo de turismo vão ter muito sucesso e o México não é apenas Acapulco, Cancun, Huatulco, Loreto, Los Cabos, Ixtapa-Zihuatanejo, Mazatlan e Manzanillo, os destinos com maior promoção nos últimos 30 anos", afirma Priscoli.

"O México tem ainda os santuários das Mariposas Monarcas (noroeste) e o Cañon del Cobre (Sierra Tarahumara de Chihuahua, norte), por exemplo", disse a especialista durante a Tianguis, em Acapulco.

Com mais de 440 praias, o México tem quase 200 sítios arqueológicos que podem ser visitados e ocupa a sexta posição mundial pelo número de locais inscritos na lista dos Patrimônios da Humanidade, ocupando a liderança da América Latina nesse sentido.

Para Rodolfo Elizondo, ministro do Turismo do México, mudar a imagem do país como destino de sol e praia não vai ser fácil. "A maioria das pessoas procura esse segmento e apenas 3% do turismo internacional está interessado no turismo cultural. Mudar isso requer grandes investimentos, principalmente na infra-estrutura", disse o Ministro.

Alguns governos estaduais já trabalham nessa reorientação. É o caso de Nayarit (noroeste), com 150 km de praia, floresta tropical e montanhas, que prepara "roteiros naturais" com a ajuda dos habitantes locais.

Os turistas de alto poder aquisitivo preferem viajar individualmente, não em grupos. De acordo com a Secretaria do Turismo, o número de turistas estrangeiros, principalmente canadenses e estadunidenses, que escolheram o México para suas viagens individuais, aumentou 6,01% em 2006 em relação a 2005, enquanto o número dos que viajaram em grupos apresentou queda de 8,5 no mesmo período.