O dance de gala do Carnaval que mostra a cara opulenta de Brasil

01 de Fevereiro de 2018 4:12pm
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O dance de gala do Carnaval que mostra a cara opulenta de Brasil

Se quer cordear-se com a elite brasileira em época de carnaval não pode faltar este 10 de fevereiro ao dance de disfraces do luxuoso hotel Belmond Copacabana Palace; isso sim, aliste o bolso porque a entrada mais barata deste ano custa 2.625 reais (uns 820 dólares).

Umas 2.000 pessoas, que representam o 0,0009 % dos 207 milhões de brasileiros, assistem anualmente a este evento, cujo rendimento para 2018 pode chegar a custar até 6.090 reais (uns 1.900 dólares) para entradas com direito a mesa, buffett típico e barra livre em todas as salas de dance e comedores.

Se esse público comprasse somente os boletos mais baratos, a soma arrecadada seria de 1,64 milhões de dólares, equivalente a 15.000 cestas básicas de comida que alimentariam igual número de famílias num país que começa a sair de uma crise económica de dois anos.

Em este tradicional hotel cinco estrelas não poupam em detalhes e ainda que a cifra da montagem é um mistério, a exclusividade da posta em cena faz do evento uma super produção na que os assistentes fazem parte da decoração com extravagantes disfarces e que nada tem que lhe invejar a espetáculos como os que se realizam As Vegas, Paris ou Nova York.

Segundo Andrea Natal, diretora geral do hotel, o dance é uma mistura de Circo do Sol e parque de diversões. “Trata-se de uma mega produção na que os participantes, com disfarces e máscaras luxuosos e muito elaborados, não param de se divertir e inclusive há pessoas que chamam dantes para conhecer o tema do dance e poder desenhar seu disfarce”.

Se o participante quer ir disfarçado terá que somar mínimo 3.000 reais (uns 1.000 dólares) a sua conta por assuntos de desenho e elaboração, mas o mais seguro é que o custo se duplique para conseguir um traje de fantasia digno de mostrar.

Também pode investir esse dinheiro para adquirir um traje de gala, etiqueta exigida pelo hotel para quem não levam disfarce.

O tema de 2018 será a loucura cigana (Gipsy Folie) e o exibição de imaginação que verá na montagem dos diferentes salões do hotel estará a cargo do carnavalesco Mário Borelli.

Este artista tem renome e experiência. Tem trabalhado para diversas escolas de samba e em 1993 foi campeão com a escola de Salgueiro.

“Mario tem muita experiência com o Carnaval e após uma profunda investigação meteu-se de cabeça nas tradições e história do povo cigano”, disse a diretora, que tem coordenado este evento desde 2012.

A música será variada e terá atrações durante toda a noite. As boas-vindas estará a cargo de violinistas que receberão aos convidados com temas ciganos para que vão entrando em calor.

Então, o tradicional bloco (comparsa) Cordão de Bola Preta, que cumpre um século em 2018, animará a festa com um vasto repertório de marchinhas, sambas e emaranhados, e no balcão do hotel serão apresentados o DJ Papagaio e a cantora Priscila Luz.

Este dance, que se realiza desde 1924 -com uma interrupção de 20 anos entre 1973 e 1992- tem reunido não só a personalidades da alta sociedade brasileira sina também a figuras internacionais como Brigitte Bardot, Quincy Jones, Valentino e até Orson Wells.

Assim as coisas, no tradicional sábado de carnaval a opulência, os altos dispêndios e a extravagancia desta mínima parte da população brasileira terão uma noite para ser protagonistas de um espetáculo que para nada reflete a realidade que vive Brasil, onde 12,6 milhões de pessoas estão desempregadas.

O tradicional dance de gala do Copacabana Palace é uma das atrações do Carnaval de Rio de Janeiro, bem como os famosos desfiles das escolas de samba, também para aqueles que possam comprar a entrada ao Sambódromo, ou a possibilidade de se divertir gratuitamente nos 600 desfiles dos 464 blocos da cidade.

O Carnaval deste ano, entre o 10 e o 13 de fevereiro, contará com um investimento de 38,5 milhões de reais (11,9 milhões de dólares), a maior de sua história, segundo a empresa municipal de turismo Riotur.

Este organismo estima que a cidade mobilizará a uns 6 milhões de pessoas nas ruas e receberá um milhão e médio de turistas que injetarão 3,5 milhões de reais (1.080 milhões de dólares) à economia carioca.

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