O turismo gay move mais de 10% do volume de turistas em nível mundial

16 de Fevereiro de 2015 5:21pm
claudia
O turismo gay move mais de 10% do volume de turistas em nível mundial

O turismo gay na República Dominicana é uma realidade que se quis ocultar por anos. No entanto, pouco a pouco saem luzes de cores e bandeiras que ondeam com orgulho em zonas e lugares que promovem a atividade como uma alternativa de negócios e de grande potencial para atrair turistas. Tudo indica que a economia o está a agradecer.

A importância do turismo gay está sobre demonstrada no mundo todo. Dos US$1,159,000 milhões que gerou em 2013 a atividade turística, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), ao redor de US$185,000 milhões, equivalentes ao 15.96%, proviram deste segmento.

“Lugar criado para ti, a melhor alternativa para o que procuras, escape da rotina do dia, do stress, do quotidiano; lugar limpo, higiênico e seguro, onde a combinação de atmosfera, luzes e aromas se enlaçam para criar o ambiente perfeito que tu precisas e que procuras”, diz a mensagem de boas-vindas que dá um os lugares gay mais famosos do país: Apolo Spa, localizado na Arcebispo Nouel 108 da Zona Colonial, em Santo Domingo.

Do que sim há constancia é de centros de divertimento e de hospedagem especializados neste mercado. A República Dominicana ainda não tem incursionado em se promover como destino gay, ainda que cifras extraoficiais estabelecem que entre um 5 e 6% dos turistas que visitam o país poderiam estar relacionado com os atrativos que se oferecem para este público.

A Feira Internacional de Turismo de Espanha (Fitur) incluiu há cinco anos um stand para o mercado gay.

Os dados dados a conhecer na Fitur são eloquentes. O turismo gay (LGBT) move mais de 10% do volume de turistas ema nível mundial, correspondendo-lhe entre um 15% e 16% da despesa turística total. Os 700 milhões de turistas deste segmento gastam a cada ano ao redor de US$185,000 milhões, superando em 55% o primeiro emissor turístico, que o é China, com US$120,000 milhões.

Dados da OMT e o Conselho de Viagens de Turismo estabelecem que o turismo gay cresce a um ritmo anual de 10.3%, em frente ao 3.8% do resto. E o mais evidente é que destinos de todo mundo, correntes hoteleiras e grandes armazenes, companhias aéreas, administrações, promotores de lazer, tour-operadores, moda, cinema, televisão e imprensa, entre outros setores, se interessam pelo turismo e os hábitos de consumo de homossexuais e lesbianas.

A Fitur Gay, esse espaço reservado na Feira Turística da Espanha para este segmento e que leva cinco anos no evento, demonstrou que este tem passado de ser um desconhecido grupo de consumidores, inclusive evitado, a ter uma enorme relevância na conta de resultados em todas as empresas e destinos que o captam e, na maioria dos casos, o fidelizam.

Sem tabus

Os avanços em países como Reino Unido, França, Nova Zelândia, Brasil, Estados Unidos, Finlândia e pronunciamentos recentes do papa Francisco sobre o respeito à diversidade, provocam um efeito domino de normalização da atividade turística gay.

Espanha tem demonstrado ser um dos países europeus que maior popularidade tem com o turismo gay, uma de suas principais fontes.

Espanha é um dos países que maior abertura tem mostrado para a comunidade gay, reconhecendo-lhe o potencial económico que têm. Pela primeira vez em 31 anos conseguiu-se que se celebrasse nessa país, em maio de 2014, a Convenção Mundial de Turismo Gay, sob a coordenação de Diversity Consulting e o apoio das três administrações do Estado: Governo de Espanha e Turespaña, Comunidade de Madri e Prefeitura de Madri, bem como numerosas empresas do maior perfil como IBM, Meliá, Delta, American Express, American Airlines e muitas outras.

Brasil, um país onde se realizam mais de 180 marchas LGTB ao ano, utilizou sua presença em Fitur 2015 para impulsionar turismo gay, já que o país conta com um elevado reconhecimento por parte do colectivo. Esta iniciativa serviu de reforço à recente aposta de Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), que trabalha da mão de diversas organizações brasileiras com o objetivo de promover o turismo gay em cidades como Brasília, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, entre outras, através do programa ‘Traz tuas cores’.

Relatórios da OMT e o Conselho Mundial de Turismo e Viagens demonstram que ser um destino de turismo gay contribui aos avanços sociais e normalização, mas ademais pode ser vital na melhoria dos resultados económicos dos países.

As previsões preparadas pela OMT em janeiro de 2014 apontam a um crescimento dentre o 4% e o 4.5% nas chegadas de turistas internacionais em 2014, superando-se a previsão em longo prazo de 3.3% que figura em Tourism Towards 2030.

Por regiões, segundo a classificação da OMT, as melhores perspectivas de crescimento para 2014 correspondiam à região de Ásia e o Pacífico (entre +5% e +6%), seguida de África (entre +4% e +6%).

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