OMT: índice de competitividade turística deve levar em consideração as desigualdades no desenvolvimento
A OMT recebeu com satisfação o índice de competitividade turística do Fórum Econômico Mundial, mas pede que o estudo "leve em consideração as desigualdades estruturais e as diferenças no desenvolvimento, assim como os imperativos das mudanças climáticas".
"Um índice confiável reforçará a estratégia da OMT de liberalização com rosto humano, que estimula as políticas que melhorem a competitividade turística dos países pobres. Num contexto político mais amplo, os resultados serão muito importantes na Rodada de Doha - da OMC - e para seu Pacote de Ajuda para o Comércio, bem como para os programas de apoio financeiro ligados à adaptação às mudanças climáticas", afirmou o subsecretário da OMT, Geoffrey Lipman.
Para a OMT, os critérios atuais de competitividade podem colocar os países pobres em situação de desvantagem em aspectos chave como segurança ou higiene, passando pela infra-estrutura e os recursos humanos, simplesmente porque são países em desenvolvimento.
Para melhorar a situação existente, seria necessária uma importante transferência de fundos e conhecimentos técnicos, e a construção de infra-estrutura nos países em desenvolvimento em geral, particularmente na África. Assim, os países pobres não apareceriam automaticamente em situação de desvantagem no relatório.
As mudanças climáticas
Em 2007, a OMT contribuiu bastante para que o setor avaliasse a relação entre mudanças climáticas e turismo. É um processo que prepara as condições para que todos os agentes do turismo estabeleçam um plano para a redução de emissões de carbono no longo prazo, com ações concretas que constituam uma resposta às Metas de Desenvolvimento do Milênio.
Nos países mais pobres e nas economias emergentes, o turismo constitui um dos principais itens de exportação de serviços, tem um valor provado no combate contra a pobreza e são reduzidas as emissões de carbono. Assim, os padrões de crescimento responsável e de competitividade devem encontrar a maneira de capitalizar esses fatores.
Revisão do índice
A preparação dos índices é um processo evolutivo e, nesse sentido, seria conveniente a revisão do relatório de modo que espelhe melhor o paradigma das mudanças climáticas e das diferenças quanto ao desenvolvimento.
Para Lipman, "o relatório de competitividade turística melhorou, sobretudo no tocante à sustentabilidade. Agora, é fundamental mostrar que os países em desenvolvimento, apesar das suas desvantagens estruturais, têm uma vantagem comparativa no ecoturismo sustentável e, além disso, geram poucos gases de efeito estufa".