Pilar Cano, presidente executiva da Agência de Promoção Turística da América Central na Europa (CATA)
A Europa não é ainda um "mercado maduro" para a América Central, que embora tenha uma agência de promoção turística naquele continente - com particular incidência nos principais países emissores - ainda deve trabalhar muito para dar a conhecer sua diversidade de ofertas e estabilizar o número de visitantes. É a opinião que expressou Pilar Cano à Caribbean News Digital.
Como foi o último ano para a América Central no que diz respeito ao turismo?
A nossa agência reúne sete países, de Belize ao Panamá, passando por Guatemala, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Honduras, e seu objetivo é o crescimento do turismo europeu na região. Posso dizer que o ano de 2007 foi um ano bem-sucedido, levando em consideração que a agência opera há pouco tempo, mas já somos conhecidos, que era o grande desafio.
A partir dos nossos objetivos - o aumento do tráfego de turistas para cada um dos países centro-americanos - e do aumento dos vôos, registramos um incremento médio na região de 7% em relação ao ano anterior quanto ao número de turistas.
Qual o estado da infra-estrutura turística?
Nesse sentido avançamos aos poucos. Temos trabalhado principalmente na melhora dos serviços e da qualidade nos hotéis existentes e não na abertura de novos estabelecimentos. Não buscamos um turismo de massas na América Central, mas um turismo diferente que procure lugares mais naturais, embora isso não signifique hotéis sem bons serviços.
Os resultados mostram que os visitantes voltam muito satisfeitos e querem voltar quer seja ao mesmo destino ou a outro da região. A maneira em que são acolhidos pelos centro-americanos influi muito nisso.
Como é a gestão das campanhas publicitárias na Europa e quais os resultados?
No ano passado não fizemos muitas campanhas. O nosso foco foi o mercado espanhol e os operadores que mais turistas enviam neste momento. Neste ano estamos fazendo a mesma coisa, mas vamos fazer também uma campanha na mídia e em outros mercados europeus como o Reino Unido.
Aos poucos as pessoas começam a perceber melhor a imagem da América Central e o tráfego vai aumentando. Isso é já um resultado.
Quais os países mais importantes no mercado europeu?
Espanha, Reino Unido, Alemanha, Itália e França. A Espanha é o país que mais turistas envia para a nossa região, e o Reino Unido é o maior emissor para toda a América Latina com exceção da América Central.
Alguns mercados emergentes como a Rússia são de grande interesse para alguns destinos. Qual a posição da CATA nesse sentido?
A Rússia é um mercado muito interessante. Não é um mercado de massas, mas os que viajam têm alto poder aquisitivo. Porém é complicado porque é necessário ter certas condições para trabalhar esse mercado com eficiência. Por exemplo, requer especialização, guias que falem russo. Mantemos a Rússia na mira, mas antes devemos fortalecer mercados que estamos trabalhando e que ainda não são sólidos.
Poderíamos abrir mercados novos, mas correríamos o risco de que não se concretizasse nenhum. Mesmo assim, neste ano participamos da Feira Internacional de Turismo de Moscou, a MITT, e estabelecemos alguns contatos no intuito de posicionar a América Central naquele mercado porque os russos gostam muito dos nossos destinos pelas condições climáticas que temos.
Projetos para o futuro?
Continuar o trabalho nos mercados prioritários, dar a conhecer a América Central, levar muitos operadores à região e aumentar o leque de possibilidades. No curto prazo temos a feira Centroamérica Travel Market, que é muito importante para a gente.
Estão satisfeitos ou acham que é possível fazer mais?
Olhando para trás e vendo o que temos conseguido, estamos satisfeitos, mas ainda temos um longo caminho pela frente. Não temos um mercado maduro para a América Central e devemos chegar a isso, mas sem dúvidas o trabalho desses últimos anos já é visível.