Sem uma avaliação da percepção do cliente, o turismo será vítima das mudanças climáticas, alerta a OMT

O diretor de Educação e Gestão do Conhecimento da Organização Mundial do Turismo (OMT), Eduardo Fayós-Solá, afirmou na conferência de abertura da Eurocotal que as mudanças climáticas são o primeiro problema da indústria turística e que sem uma avaliação da percepção do cliente, o setor será uma "vítima".

As mudanças climáticas são "um tsunami" e o turismo é de certa maneira "responsável e vítima", disse Fayós-Solá, acrescentando que é necessário "agir para combatê-lo".

Nesse sentido, Fayós-Solá salientou que o cliente europeu "está bem informado e sabe que uma viagem de longo percurso impacta o meio ambiente" e isso pode reduzir esse tipo de viagens. De acordo com dados da IATA, o transporte aéreo turístico emite de 2 a 3% dos gases de efeito estufa, enquanto outros relatórios apontam 6%.

Para o especialista, é preciso investir no combate contra as mudanças climáticas porque, caso contrário, o custo seria insuportável.

Como cenários futuros para o turismo, o representante da OMT falou de energias não poluentes, de mecanismos de compensação de combustíveis fósseis, da racionalidade energética e de incentivo às soluções tecnológicas para esses problemas.

Quanto à América Latina, Fayós-Solá considera que os destinos emergentes têm muita liberdade para trabalhar e isso representa uma vantagem competitiva, lembrando que não se pode pretender reeditar experiências dos anos 50, porque já não funcionam.